A semana que terminou ontem foi marcada, no mundo político, pela cassação do deputado Arthur do Val pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). Como já informou a Folha da Região, na coluna Periscópio, ele foi o oitavo candidato mais votado para o cargo em Araçatuba, e o quarto entre os eleitos. Foram 1.227 votos na cidade, o que representa 1,25% do total. É um número expressivo de pessoas que foram desrespeitadas pelo rapaz que que se tornou conhecido pelo nome Mamãe Falei e por um discurso moralista, mas que acabou fazendo comentários sexistas de baixo tom sobre as mulheres vítimas da violência da guerra na Ucrânia.
Infelizmente, o agora ex-deputado cassado e sem direitos políticos por oito anos não está sozinho. Outros dois casos paulistas mostram que algumas pessoas estão longe de entender seus papeis na sociedade.
A corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo, por exemplo, aprovou a abertura de processo disciplinar contra o vereador Camilo Cristófaro (Avante) por uma frase racista dita por ele em sessão da Casa. A decisão foi publicada na sexta-feira no Diário Oficial da capital paulista.
No último dia 3 de maio, Camilo Cristófaro participava de forma remota de uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos, na Câmara Municipal de São Paulo. Como o microfone do vereador estava aberto, o áudio da fala dele com outra pessoa acabou vazando para a reunião: “Não lavaram a calçada, é coisa de preto, né?”, foi a frase ouvida durante a sessão.
No parecer aprovado pela corregedoria, elaborado pela vereadora Elaine Mineiro do mandato coletivo Quilombo Periférico (Psol), a relatora enfatiza que a fala é nitidamente racista, “alimentadora de estruturas que mantêm a população negra em posição de incompetência e inferioridade, sendo ofensiva a um conjunto indeterminado de pessoas, violentando todas as pessoas negras”.
Também na Alesp, de onde Mamãe Falei foi expulso, esta semana, a deputada estadual Mônica Seixas (PSOL-SP), da “Mandata Ativista”, entrou com duas representações no Conselho de Ética em que pede a perda do mandato dos deputados Gilmaci Santos e Wellington Moura, ambos do partido Republicanos, com acusações de injúria.
A parlamentar relata que, na sessão da terça-feira (17), Santos a chamou de “louca” e colocou o “dedo em riste”, chegando a “batê-lo propositalmente” em seu nariz. Já na quarta-feira (18), ela diz que Moura afirmou que, na posição de presidente da Alesp, colocaria “um cabresto na sua “boca”.
São três casos que estão longe de serem isolados. Infelizmente, muitos políticos ainda não aprenderam que representam um povo inteiro, e que todo cidadão merece respeito. Eles deveriam ser exemplos positivos para as novas gerações, e não uma vergonha pública.
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