No mês passado, foram registrados 265 casos, com nenhuma morte, já este tem 556, com dois óbitos, uma letalidade de 0,36
Carolina Marques
O número de casos de Covid-19 aumentou, significativamente, nas últimas semanas. Para se ter uma ideia, em Araçatuba, o mês de maio, que ainda não terminou, tem 291 positivos a mais do que em abril.
No mês passado, foram registrados 265 casos, com nenhuma morte, já este tem 556, com dois óbitos, e uma letalidade de 0,36. O maior mês com números de confirmados continua sendo janeiro com 10.004 casos e 22 mortes.
O médico infectologista Stelios Fikaris explica que o aumento se deve à disseminação de uma nova cepa, que tem capacidade de se espalhar com mais facilidade, além de aglomerações ocorrem com mais frequência.
“Já está gerando uma nova onda de casos, já tivemos casos de internações e até de óbitos em Araçatuba, e não tínhamos isso desde março, então mostra que está se agravando. Nós tivemos uma escola em que o número de casos de crianças obrigou que as aulas fossem suspensas. Tudo isso mostra que o número está realmente aumentando.”
A Europa e países na Ásia estão vivendo uma nova alta de Covid-19 por causa da subvariante BA.2, derivada da ômicron. A cepa é responsável por 82% dos casos da doença sequenciados no Reino Unido, 55% em França e Itália, e 54% na Alemanha entre os dias 7 e 21 deste mês. O médico diz que essas cepas novas têm uma taxa de contaminação mais rápida e atinge pessoas idosas e com comorbidades que, eventualmente, podem não ter sido vacinadas e, assim, ocorrem os óbitos, como aconteceu em Araçatuba nesta semana, as duas vítimas eram idosas e tinham comorbidades. Ela provavelmente deve atingir o Brasil dentro de três semanas.
Para tentar barrar a nova onde, Fikaris destaca que é preciso aumentar o número de vacinados. Atualmente, Araçatuba tem mais de 62 mil faltosos entre a segunda e terceira dose. “Isso deixa a gente muito vulnerável, porque as vacinas ajudam a proteger contra essas novas variantes, além dos cuidados com as máscaras, ainda mais no frio, onde as pessoas se juntam mais e a disseminação acaba sendo mais.”
Ele ainda explica que estudos mostram que os anticorpos da vacina caem em um período de quarto a seis meses, por isso a terceira e quarta dose estão sendo aplicadas. “Não é necessário vacinar todo a população novamente, na realidade, os faltosos devem tomar as doses que faltam para barrar a nova onda. Isso tem que ser frisado, pois é muito importante”, finaliza.
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