As UBSs encaminham e marcam as consultas em comum acordo com as pacientes para evitar estas faltas; mesmo assim o número é muito grande
A rede pública municipal de saúde de Araçatuba deixou de realizar 37,05% dos exames marcados de mamografia nos quatro primeiros meses deste ano. Acontece que 731 pacientes que chegaram a confirmar por telefone que compareceriam ao posto de atendimento faltaram ao procedimento. Neste período, foram atendidas outras 1.973 mulheres. Este procedimento é importante para detectar doenças, como o câncer de mama.
Os dados foram levantados com exclusividade pela reportagem da Folha da Região. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde lamentou o número alto de absenteísmo, que é o termo técnico para a falta de pontualidade e assiduidade.
A administração destacou que no mês de março chegou a fazer uma campanha para incentivar as mulheres a realizarem os exames. E que paralelamente, há uma oferta contínua de exames. As mulheres que faltam às consultas tiram o espaço que poderia ser atendida.
“Temos oferta de mamografia no Centro de Especialidade de Saúde Auxilium, de segunda a sexta. Em datas especiais organizamos agendas aos sábados e até 19h”, destaca ainda a Prefeitura por meio da nota. As UBSs (Unidades Básicas de Saúde) encaminham e marcam as consultas em comum acordo com as pacientes para evitar estas faltas, mesmo assim o número é muito grande.
Um exame de mamografia, em clínicas privadas, hoje custa em torno de R$ 180. A reportagem da Folha apurou que nas clínicas o índice de faltas é menor. Uma empresa especializada em diagnóstico por imagem no centro de Araçatuba disse que o absenteísmo é de 10% em média. Nestes casos, não há devolução do valor pago.
DADOS
Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), no ano passado o câncer de mama atingiu 66.280 mulheres no Brasil, o que representa 29,7% do total de câncer registrados entre as mulheres naquele ano.
Ainda de acordo com a entidade, a taxa de mortalidade por câncer de mama, ajustada pela população mundial, foi 14,23 óbitos a cada 100 mil mulheres, em 2019, com as maiores taxas nas regiões Sudeste e Sul, com 16,14% e 15,08% respectivamente.
“Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2019, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total”, alerta ainda o instituto. Outro dado que chama atenção é que o intervalo entre o diagnóstico da doença até o início do tratamento chega a passar de 60 dias. A situação, segundo o Inca, é preocupante.
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