A inflação acumulada em 12 meses chegou a 12,13%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores e a maior desde outubro de 2003
Os araçatubenses estão sentindo no bolso a alta dos preços dos alimentos no mês de abril. Os principais itens que tiveram reajuste foram a batata-inglesa, cujo aumento chegou a 18% e o leite longa vida, que subiu 10%. A reportagem da Folha da Região apurou, ontem, que a batata estava sendo vendida a R$ 9,99 o quilo. Já o leite era encontrado, em média, por R$ 5,49.
O aposentado Rodrigo Ferrarini de Souza, que estava fazendo compras pela manhã em um mercado na região central da cidade, disse ao jornal que tem comprado menos por causa dos preços. Ele disse que a melhor estratégia é esperar os dias em que os mercados fazem promoção para comprar. “Temos que ficar atentos ao dia de feirinha. Os preços estão tão altos que não dá para sair comprando como antigamente”, disse Rodrigo.
Esta sensação dos araçatubenses de que os alimentos estão mais caros tem respaldo nos números oficiais. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial, de abril foi 1,06%. A taxa ficou abaixo da registrada em março (1,62%). Mas, ao mesmo tempo, foi o índice mais alto para um mês de abril desde 1996 (1,26%).
Segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação acumulada em 12 meses chegou a 12,13%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores e a maior desde outubro de 2003 (13,98%). A taxa acumulada no ano chegou a 4,29%.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços em abril. Os alimentos, com inflação de 2,06%, tiveram o maior impacto no índice, no mês. Além do leite e da batata-inglesa, também foi registrado aumento do preço do tomate (10,18%), do óleo de soja (8,24%), do pão francês (4,52%) e das carnes (1,02%)”.
Os transportes tiveram alta de preços 1,91% sendo o segundo principal responsável pelo IPCA do mês. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% da inflação do mês. Entre os transportes, o principal responsável pela alta de preços foram os combustíveis que subiram 3,20%, com destaque para gasolina (2,48%).
Também registraram alta de preços os grupos saúde e cuidados pessoais (1,77%), artigos de residência (1,53%), vestuário (1,26%), despesas pessoais (0,48%), comunicação (0,08%) e educação (0,06%). O único grupo de despesas com deflação (queda de preços) foi habitação (-1,14%), devido à queda de 6,27% no preço da energia elétrica.
FAMÍLIAS
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda até cinco salários mínimos, registrou taxa de 1,04% em abril deste ano, a maior variação para um mês de abril desde 2003 (1,38%). Em março deste ano, a taxa havia ficado em 1,71%.
Segundo os dados divulgados ontem pelo IBGE, no mês de abril, o INPC ficou abaixo da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou taxa de 1,06%.
No acumulado de 12 meses, no entanto, o INPC chegou a 12,47%, acima dos 12,13% apurados pelo IPCA. Em abril, os produtos alimentícios tiveram inflação de 2,26%, enquanto os não alimentícios registraram taxa de 0,66%.
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