“Tenho um pé na capital e o coração no interior”, afirma Marco Vinholi

ENTREVISTA O ex-secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo falou sobre seus sentimentos em relação a Araçatuba

O ex-secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marco Antônio Scarasati Vinholi, recebeu o Título de Cidadão Araçatubense, nesta sexta-feira, pelos relevantes serviços prestados em prol do município. Ele, que também recebeu a honraria em Penápolis e Andradina, concedeu uma entrevista exclusiva para a Folha da Região.

Na conversa, Vinholi contou sobre sua ligação com o interior. “Meus avós vivem no interior, onde passei momentos especiais da minha infância e adolescência, meu pai foi prefeito de Catanduva e eu me elegi deputado estadual com base no interior”, afirmou.

“Quando penso em Araçatuba penso em duas palavras-chave: desenvolvimento e parceria. Não há como não notar os avanços que a cidade tem obtido nos últimos anos”, comentou o homenageado.

Leia a entrevista:

Folha da Região: Como é para o senhor, que nasceu na capital, receber o título de Cidadão de Araçatuba?

Eu, como paulista raiz, tenho um pé na capital e o coração no interior. Nasci e vivi em São Paulo a maior parte da minha vida e amo a cidade, essa atmosfera de trabalho, de interação, das múltiplas alternativas que são muito típicas de uma grande cidade. Mas também tenho um coração que bate mais forte no interior. Meus avós vivem no interior, onde passei momentos especiais da minha infância e adolescência, meu pai foi prefeito de Catanduva e eu me elegi deputado estadual com base no interior e foi gratificante que, no Governo do Estado, essa relação com os municípios tenha ficado sob minha responsabilidade. Araçatuba é uma cidade maravilhosa pela qual tenho imenso carinho e amigos especiais, como o prefeito Dilador Borges. Para mim, ser um cidadão de Araçatuba é uma honra e motivo de muita alegria e de muito orgulho.

Quando se fala em Araçatuba, quais as ideias e imagens que surgem para o senhor?

Quando penso em Araçatuba penso em duas palavras-chave: desenvolvimento e parceria. Não há como não notar os avanços que a cidade tem obtido nos últimos anos graças ao excelente trabalho do prefeito Dilador Borges e às parcerias viabilizadas junto ao Governo do Estado. Durante sua gestão, o ex-governador João Doria teve como diretriz a implantação de políticas públicas pautadas em uma relação muito próxima entre os prefeitos e o Governo. Implantamos um novo municipalismo, trouxemos os municípios para perto do governo, estimulando essa troca com os prefeitos e avanços importantes para os cidadãos. Dilador foi um grande parceiro do Doria e continuará sendo no governo Rodrigo Garcia.

Um título como este deixa o Vinholi mais caipira? Já treinou o erre puxado?

Meu coração é caipira e minha vivência no interior do Estado, com a família que mora no interior e toda a atuação e convivência nos municípios fora do eixo da região metropolitana de São Paulo, já amenizava um pouco do sotaque paulistano. Agora, com certeza, como cidadão araçatubense, vou dar uma puxada mais forte nos erres.

A atuação do senhor foi fundamental para os prefeitos do interiordurante a pandemia. O senhor já tem ideia da importância histórica que teve neste momento?

Não tenho dúvidas que todos nós vivemos um momento único na história da humanidade e, assim como acontece sempre em momentos de grande comoção, todos nos lembraremos como, pessoalmente, enfrentamos essa pandemia. A mim, especialmente, coube um papel fundamental de articulação com os municípios para que enfrentássemos juntos e de maneira coordenada este momento tão grave na vida das pessoas e dos governos. Não tenho dúvidas que a pandemia da Covid-19 foi um marco para o mundo e me orgulha saber que trabalhei na linha de frente, ajudando a implementar políticas públicas fundamentais para evitar mortes naquele momento. Tenho clareza de que estive do lado certo da história e quero, inclusive, contar como foi esse período. Estou, juntamente com os ex-secretários Patrícia Ellen e David Uip, escrevendo um livro sobre nossas experiências nesse período.

A política, apesar de ser um campo de batalha de ideia, também é um ambiente de encontros e amizades. Como o senhor percebe esta receptividade que tem entre os políticos do interior paulista?

Eu amo o que faço e gosto de estar com gente que também têm como objetivo melhorar, de alguma forma, a vida das pessoas. E a política é esse local de encontros, de debate, de discussão de ideias e de muita convergência também. Encontrei muitos bons amigos na minha trajetória política, pessoas que vou levar, com certeza, para além da estada em cargos ou campanhas eleitorais. É realmente muito gratificante ter o reconhecimento do meu esforço e o carinho das pessoas só me estimula a trabalhar ainda mais para levar tudo isso que fizemos em São Paulo para todo o país.

Como o senhor vê este momento de definição para as eleições? Tem sobrado ataques e faltado ideias?

Interessa aos dois primeiros colocados nas pesquisas eleitorais, Lula e Bolsonaro, que não se discuta propostas, que não falemos do Brasil. Eles se retroalimentam e assim tentam não dar espaço para outras alternativas. Mas quando a campanha começar de fato as coisas tendem a mudar. Tenho convicção de que o PSDB, ao lado dos partidos do centro democrático, apresentará ao país uma candidatura capaz de furar essa bolha radical e os brasileiros verão que há uma alternativa capaz de trazer crescimento, fazer reformas e devolver à economia o papel gerador de emprego e renda.

Minha defesa é que esse nome seja o do ex-governador João Doria, por tudo que já fez por São Paulo e sua capacidade de administrar e superar adversidades. Mas essa será uma decisão colegiada e tenho certeza de que o nome aprovado pelos partidos do centro democrático (PSDB, Cidadania, MDB e União Brasil) será o de alguém capaz de conduzir o país no caminho do desenvolvimento e da recuperação econômica.

Já no plano estadual, o petista Fernando Haddad, que teve péssima avaliação como prefeito de São Paulo por trabalhar muito pouco, e o candidato artificial dos filhos de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, que não é daqui e não conhece São Paulo, tentam criar uma bolha e reproduzir o radicalismo aqui.

Para azar deles e sorte de São Paulo, o governador Rodrigo Garcia é um nome de absoluto prestígio no estado, que tem um trabalho sério e sólido de mais de duas décadas e administra um governo excepcional, que atravessou a pandemia fazendo a economia crescer, gerando emprego e renda, investindo valores recordes nas cidades. O paulista sabe da importância de defendermos nosso estado contra o oportunismo e o radicalismo, e tenho certeza, vai dar ao Rodrigo sua aprovação e voto de confiança.