Em documento enviado no último dia 20 ao Legislativo, Gomes confirma que raspa de asfalto estaria em propriedade de sua família
Em resposta a um requerimento feito pela Câmara de Guaraçaí, o prefeito Airton José Gomes (PSDB) confirmou que a Prefeitura está usando o sítio de propriedade de seu pai, no município vizinho de Murutinga do Sul, para armazenar toda raspa de asfalto que vem sendo doada pela ViaRondon para melhoria de vias no município.
O documento assinado por Gomes foi enviado à presidente da Câmara local, Patrícia Cristina Caetano do Nascimento (PSDB), no dia 20 de abril. Nele, o prefeito alega que “o depósito da empresa concessionária não pode ser acessado a qualquer momento, o que gerava dificuldade de ajuste com o horário possível para que a prefeitura fizesse a retirada do material”.
No documento, Gomes declara ainda que por este motivo “optou-se pela retirada de material possível e colocação em área que pudesse ser acessada pelos veículos da prefeitura quando necessário. A área em que o material foi depositado é cedida gratuitamente e fica próximo ao depósito da concessionária, o que facilita a retirada.”
O prefeito argumento ainda, no documento enviado ao Legislativo, que por “ter sido área concedida gratuitamente, por ser de fácil acesso e ainda não ter o município, área próxima para o mesmo fim, optou-se pelo depósito da propriedade indicada”.
Os vereadores receberam informações, ainda não apuradas, mas que podem ser investigadas, segundo as quais as máquinas da Prefeitura estiveram na propriedade do senhor Antônio Gomes, pai do prefeito de Guaraçaí, mas não estaria somente depositando e retirando as raspas de asfalto, mas também executando pequenos serviços como implantação da raspa compactada dentro da propriedade e pequenos serviços como a construção de um açude.
UTILIDADE
Para reformar o asfalto da rodovia Marechal Rondon (SP-300), a empresa ViaRondon retira da pista uma boa camada de pedras e piche que são substituídos por pavimento usinado e novo. Esse material de rejeito tem grande valor para os municípios porque pode ser utilizado em estradas rurais, restaurando, por exemplo, os trechos de atoleiro.
A concessionária ViaRondon foi questionada pela reportagem sobre o caso, mas não havia se manifestado até o fechamento desta edição. A Câmara ainda estuda quais medidas seriam cabíveis neste caso.
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