Pela primeira vez na história, as fontes eólicas e solares quebraram o patamar simbólico de terem gerado 10% da eletricidade global. Por diversas vezes, por reportagens, editoriais e artigos, a Folha da Região tem levado aos seus leitores informações sobre esta importante mudança. As fontes renováveis e ambientalmente mais limpas estão cada vez mais fazendo parte da vida dos cidadãos.
Em Araçatuba, dezenas de residências e empresas já são autossuficientes na geração da energia elétrica que consomem. Andradina, como também noticiou este jornal no início do mês, está implantando geradores de energia elétrica para que todas as escolas públicas municipais sejam independentes neste quesito. O governo do Estado de São Paulo quer implantar 50 usinas de geração de energia solar no estado, até o final da atual gestão, que termina no final de 2022. A ideia é aproveitar imóveis e terrenos ociosos.
Esta mudança cultural está sendo implantada aos poucos e a tendência, segundo estudos do setor, é que cada vez mais as famílias e os empresários irão adotar este modelo, que apesar de requerer um investimento de valor considerável inicial, proporciona boa economia no orçamento a longo prazo.
De acordo com o levantamento Revisão Global de Eletricidade 2021, produzido pela organização Ember, o processo que irá remodelar o sistema energético, com o uso destas fontes, existente já começou. E para os especialistas que realizaram o trabalho, além do cuidado com o meio ambiente, o uso destas fontes ataca outro problema, tão urgente, que é a insegurança energética global. A demanda por mais energia, principalmente para a indústria, fez com que no ano passado fosse registrado também um aumento na procura por combustíveis fósseis, cerca de 9%, como não se verificava desde 1985.
“A geração de energia limpa deixou de ser uma tendência para ser uma realidade, e o Brasil precisa discutir um modelo de incentivo.”
O maior consumo de carvão ocorreu em países asiáticos, incluindo China e Índia. O aumento dos preços do gás tornou o carvão uma fonte mais viável de eletricidade para esses países. O ano passado assistiu a preços do gás realmente super altos, enquanto o carvão ficava mais barato que o gás. O conflito na Ucrânia também pode impulsionar a procura de fontes produtoras de eletricidade que não dependam das importações russas de petróleo e gás.
De acordo com o documento, os Países Baixos, a Austrália e o Vietnã foram os países que mais depressa transferiram um décimo da necessidade energética de eletricidade de combustíveis fósseis para fontes verdes, nos últimos dois anos.
A geração de energia a partir de fonte solar no Vietnã aumentou mais de 300 por cento em apenas um ano devido a um incentivo financeiro do próprio governo, que paga às famílias para que gerem sua própria energia. São bons exemplos para o Brasil, que está nas vésperas de eleger seus novos governantes e que precisa por este debate na mesa.
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