Hoje se inicia a segunda metade do primeiro mês de 2022. E a sensação na sociedade é que se já se passaram um semestre. Fora desastres e acidentes, como os alagamentos fatais na Bahia e Minas Gerais e a morte de dez pessoas em Capitólio (MG), o Brasil ainda vê o avanço da pandemia de Covid-19 e gripe, que tem levado o sistema de Saúde a um cenário de colapso.
E um bom retrato deste desafio sanitário foi publicado ontem e merece destaque. O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que houve um aumento de 135% nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) das últimas três semanas de novembro em relação às três últimas semanas. Passou de 5,6 mil casos para 13 mil. A velocidade com que a covid-19 se espalha entre a população cresceu semanalmente de 4% para 30%.
Os dados apontam um crescimento em todas as faixas etárias a partir de 10 anos de idade, desde o final de novembro e início de dezembro até o momento atual. Os números de laboratório indicam que esse aumento foi consequência tanto da epidemia de gripe quanto pela retomada do crescimento de casos de covid-19.
Das 27 unidades federativas, 25 apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 1 (período de 2 a 8 de janeiro de 2022). O estado do Rio de Janeiro, embora mostre estabilidade na tendência de longo prazo, tem indícios de crescimento na de curto prazo. Apenas Roraima mostra sinal de estabilidade nas tendências de longo e curto prazo.
Em todas as faixas etárias verifica-se aumento significativo de casos associados ao vírus Influenza A (gripe) ao final de novembro e ao longo do mês de dezembro, tendo inclusive superado os registros de covid-19 em algumas dessas semanas. No entanto, os dados relativos ao final de dezembro e à primeira semana de janeiro apontam para a retomada do cenário de predomínio da covid-19.
Na população infantil, na qual o vírus sincicial respiratório (VSR) e Influenza A ainda prevalecem, também se verifica tendência de aumento nos casos positivos para a covid-19. O pesquisador Marcelo Gomes observa que o cenário de aumento de casos graves de Influenza e de covid-19, anteriores às festas de final de ano, sugerem que tais eventos podem ter representado risco significativo para a população, especialmente em eventos com muitas pessoas.
Como a Folha da Região tem noticiado nas mais recentes edições, várias cidades da região já decretaram novas restrições para conter aglomerações. As unidades de Saúde, superlotadas, estão restringindo até a aplicação de exames e testes, exigindo uma recomendação prévia de um médico.
Esta nova quinzena vai exigir muito de toda a sociedade, que precisa se unir para colaborar para evitar o avanço dos vírus da Covid e da gripe.
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