Técnica que consiste em extrair a vegetação em linha contínua para criar corredores, a construção de aceiros é uma estratégia que tem dupla função. Ao mesmo tempo em que esses corredores interrompem o avanço das chamas durante incêndios, se tornam estradas para o tráfego das viaturas de combate ao fogo.
De instalação aparentemente simplificada, podem ajudar muito no combate a incêndios acidentais ou criminosos, ainda mais em tempos de seca.
Em paralelo a ações desse tipo, é importante que haja a responsabilização dos causadores da destruição, inclusive como contraponto ao mau exemplo dado em discursos e atitudes de autoridades públicas que deveriam cuidar do meio ambiente. Neste sentido, a Resolução nº 5, de 2021, publicada em janeiro pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, aumentou a punição para pessoas flagradas invadindo áreas de preservação permanente ou que ateando fogo em vegetação.
As punições agora vão de R$ 1 mil até R$ 50 milhões, a depender da gravidade da ação, do tipo de vegetação, da área degradada e do tamanho dos prejuízos causados ao meio ambiente. A nova regulamentação também admite como prova válida, para a aplicação de multas, fotos e vídeos capturados por drones ou câmeras de monitoramento. Portanto, quanto melhor equipadas estiveram as equipes e as corporações, melhor será o resultado dessa vigilância.
“Como definem os profissionais envolvidos nas operações, enfim, é forte o componente didático, sem que isso signifique fechar os olhos para as ações criminosas”
Deflagrada pela Polícia Militar Ambiental e o Ministério Público paulista por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), a Operação Huracan, iniciada na segunda-feira e que continua até hoje, é uma ação de extrema importância para essa preservação. Como mostrou reportagem da Folha da Região na edição de ontem, a operação está contando com cerca de 450 policiais em todo o Estado, incluindo atenção especial com o noroeste paulista.
Como explica a Polícia Ambiental na reportagem, o comportamento esperado parte das atitudes mais simples, como não acender fósforos e jogar às margens de rodovias, não soltar balões, evitar acender fogueiras em locais inapropriados e só usar o recurso conforme regulamentação legal e com a devida autorização; não soltar fogos de artifício próximo às áreas com vegetação, não permitir que crianças façam uso de fósforo, isqueiros ou materiais inflamáveis e não jogar lixo em terrenos baldios.
Não existe pré-disposição para punir, mas em primeiro lugar para orientar toda população, e em especial proprietários e produtores rurais quanto às medidas de prevenção, manutenção dos aceiros em canaviais e matas, além dos planos de prevenção contra incêndio nas margens de rodovias, ferrovias, entre outros pontos considerados de vulnerabilidade. Como definem os profissionais envolvidos, enfim, é forte o componente didático. Sem fechar os olhos para as ações criminosas.
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