Lucas Casella assumiu a Secretaria de Cultura e Turismo de Penápolis, no começo do ano. O músico e cineasta conta que sempre esteve envolvido com a pasta e, agora, é sua vez de retribuir todo apoio que recebeu. Em entrevista, Casella conta como será sua gestão, principais projetos e os desafios que a Secretaria de Cultura enfrenta hoje. Como é assumir a Secretaria de Cultura e Turismo? É uma honra e, ao mesmo tempo, um desafio.
Sou músico e cineasta e a Secretaria de Cultura sempre esteve presente na minha vida, oferecendo-me fomento e formação. Hoje entendo que é minha vez de retribuir a tudo o que a minha querida cidade me proporcionou na parte cultural.
Como surgiu essa oportunidade?
Sempre fui ligado à arte. Tenho banda de rock, discos autorais gravados, já ganhei prêmios estaduais com vídeos e poemas no Mapa Cultural Paulista. Em 2012 me candidatei a vereador e fui eleito, ao lado do, hoje prefeito, Caíque Rossi, sendo ele, na ocasião o vereador mais votado. De 2013 a 2016 legislei pela cultura, fazendo projetos como Sistema Municipal de Cultura e a Medalha de Mérito Cultural. Em 2017 fui convidado por um governo interino (que ficou 130 dias na administração da cidade) a estar na Secretaria de Cultura e Turismo e fizemos inúmeros projetos através de parcerias, sem custos para o município. Tudo isso fez com que a minha indicação pelo atual prefeito, Caíque Rossi, acontecesse.
Quais são os desafios da Secretaria atualmente?
Apesar da pandemia, que nos impede de fazer eventos, temos sérios problemas estruturais em nossos equipamentos. Todos (Museus, Teatro, Ceus das Artes etc) precisam de reformas em seus telhados, que estão comprometidos devido infiltrações.
Em que será focada essa sua gestão?
Temos enormes desafios na Secretaria. Além das reformas já citadas, queremos instituir escolas de formação em várias áreas (dança, teatro, música, cinema, etc.); estimular o turismo para a cidade ter a chancela de Município de Interesse Turístico (MIT) e assim receber os recursos do governo estadual; fazer projetos culturais para fomento e formação dos artistas, enfim oferecer respaldo em toda área cultural de nossa cidade, que sempre teve muito destaque regional e nacional.
Quais são os principais projetos?
Retomar o festival literário, o festival de teatro e o de dança, além de criar os festivais de música e cinema. Organizar a ‘Praça das Artes’ – um evento quinzenal na Praça Nove de Julho com shows musicais, equipamentos culturais (Museus Histórico e do Folclore e Biblioteca) abertos para a visitação, contando com a participação de artesãos e entidades comercializando seus produtos.
Penápolis tem vários museus, como pretende fomentar a cultura na cidade?
Isso fez a cidade ser referência na área museológica da região, sendo uma importante vertente do turismo. Vamos estruturar a demanda turística de Penápolis tão logo as nossas restrições acabem. Vamos estimular as visitações aos museus, fortalecer a divulgação em sites e redes sociais e difundir o patrimônio cultural da cidade. Logo será inaugurado o Museu da Água, mais um atrativo assim como o Museu Histórico, o Museu do Folclore, o Museu de São Francisco e o Museu do Sol.
Penápolis é considerado um Polo Cultural da Região Noroeste, como isso beneficia a cidade? Hoje precisamos fazer com que essa “fama” volte a ser fato. Fomos realmente referência cultural por décadas, mas hoje precisamos aglutinar a classe artística e retomar o posto de polo cultural. Talento nós temos de sobra. E teremos empenho do poder público para isso.
A pandemia paralisou totalmente o setor de cultura, o que você pensa em fazer para retomar a arte, assim que possível?
Quase tudo que pensamos, seja na Cultura ou Turismo, resulta em aglomerações. Assim que possível vamos por nosso planejamento em prática, enquanto isso, estamos reestruturando projetos, identificando as necessidades de cada equipamento e da classe artística. Como dizem “estamos colocando a casa em ordem”.
Muitos artistas criticaram a conduta com a classe artística, dizendo até mesmo que foram ‘esquecidos’, durante a pandemia, o que pensa sobre isso?
Realmente a pandemia surpreendeu a todos. Nosso setor foi o que mais sofreu, porém, as lives realizadas por tantos artistas, garantiram a sanidade das pessoas durante os períodos mais críticos de isolamento. A internet se mostrou um instrumento de acessibilidade tanto para Museus (que possibilitaram visitas virtuais) quanto para espetáculos diversos, mostrando a importância da cultura.
O que pretende fazer em apoio à classe artística de Penápolis?
A Secretaria de Cultura e Turismo está de portas abertas para viabilizar as demandas culturais do município. Sabemos do desafio que é hercúleo e com muita dedicação, parcerias e transparência voltaremos a ser referência cultural.
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