Centenas de comentários publicados em postagem da Folha da Região nas redes sociais sobre a notícia de que neste domingo haverá carreata em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro revelaram uma compreensível divergência de opiniões. Internautas a favor das manifestações, previstas para ocorrer Brasil afora, incluindo Araçatuba; internautas contra a mobilização, sob as mais variadas argumentações, pertinentes e bem articuladas ou ideologicamente raivosas e odiosas.
De início, uma observação se faz necessária. Ao noticiar um fato, não significa que o jornal está apoiando, tampouco está se posicionando contra. A história da Folha da Região é testemunha da neutralidade na cobertura dos acontecimentos que interessam à sociedade araçatubense e regional, com a imprescindível isenção. Mais que isso: com sensibilidade e autocrítica para se manter nessa linha; e sempre que necessário, com franqueza para reconhecer erros e disposição para corrigi-los.
Isso é transparência, isso é respeitar leitores, assinantes e anunciantes que nos prestigiam em todas as nossas plataformas de publicação de conteúdo. A Folha da Região não se distancia dessa cobertura apartidária que sempre a norteou, e ao mesmo tempo está aberta a inovações, num processo de aprimoramento, modernização e melhoria contínua. O objetivo final é sempre valorizar as boas causas e as iniciativas dos múltiplos setores da sociedade que contribuem para a grandeza da nossa região. Nada disso faria sentido nem seria possível se não vivêssemos num sistema democrático, em que a liberdade de expressão – que inclui a imprensa e toda a sociedade – é um instrumento do qual o País não pode abrir mão.
Ressalte-se: dentro da mais absoluta legalidade, respeitando a Constituição e o sistema de freios e contrapesos que a Carta Magna prevê para o funcionamento dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, que devem funcionar em respeitosa harmonia. A democracia é barulhenta por natureza. Esse barulho está especialmente nas manifestações de rua, contra ou a favor dos governos eleitos pela representatividade do poder que emana do povo e que em seu nome deve ser exercido, como determina a Constituição. A mesma Constituição que estabelece as diretrizes para interpretar direitos e deveres, legalidade e ilegalidade.
Manifestações são legítimas, desde que não transbordem para a desordem, a subversão e a criminalidade. Por fim, é justo e honesto reconhecer, por razões óbvias escancaradas no dia a dia da população, que não são sem motivo os protestos que estão ocorrendo, contra o presidente ou contra o governador. O ideal, ainda que utópico, é que as manifestações transcorram sem ser contaminadas pela ideologia deturpada, pelo partidarismo oportunista, pela rivalidade selvagem que remete a barbáries protagonizadas pelas piores torcidas de futebol, aquelas que lembram mais as organizações criminosas. Que prevaleça a democracia barulhenta, saudável e produtiva.
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