*Priscilla Andrade*
A intenção no início da tarde desta quarta-feira, 27, não era gerar aglomeração de pessoas, mas o assunto que estava em discussão tratava sobre o futuro dos profissionais da saúde contratados pela Organização Social de Saúde (OSS) da Santa Casa de Birigui. Ouvidos pela reportagem da Folha da Região, cerca de 30 funcionários estavam de braços cruzados em frente a um dos portões de acesso da unidade de saúde. No centro do grupo, um advogado tentava acalmar a ansiedade das pessoas aumentada pelos últimos acontecimentos.
Na noite de terça-feira, o prefeito Leandro Maffeis, surpreendeu os seguidores nas redes sociais ao postar uma live de quase uma hora, a transmissão mostrou a chegada do chefe municipal ao Pronto-Socorro, ele visitou várias salas comunicando para todos os funcionários que a partir daquele momento, a gestão do PS estava sob responsabilidade da prefeitura. “Estamos fazendo a retomada do Pronto-Socorro, que é da população, estamos aqui e falando com todos os funcionários, trouxemos uma comunicação extrajudicial e a partir de agora em diante estamos assumindo a gestão. Estamos preocupados com a saúde…”, diz o trecho da live apresentada por Maffeis.
Um dos funcionários administrativos presentes na reunião improvisada na calçada nos fundos do Pronto-Socorro, disse que todos se sentem perdidos, segundo o homem, que não quis se identificar, há relatos que após a comunicação do prefeito, alguns funcionários foram impedidos de buscar objetos pessoais e documentos, a alegação seria a mudança brusca da gestão. “É muito constrangedor e eu não me sinto à vontade para falar, porque já basta a nossa exposição, não estamos recebendo, estamos cumprindo aviso prévio remunerado e não sabemos o que será do nosso futuro. Eu trabalho…trabalhava como auxiliar administrativo, e hoje estou desempregado e não sei quando irei buscar meus documentos, é complicado demais”, desabafa o funcionário.
De acordo com o diretor do Sindicato de Serviços de Saúde, que estava junto ao grupo, Valdeir Magri, o momento é de aguardar, é deixar que a justiça siga o curso. “Estamos em uma situação difícil, estamos diante de famílias que se viram de uma hora para outra, desempregadas. Essas pessoas não trabalharam hoje, já estão de aviso prévio. O medo dessas pessoas é com o futuro. Estamos acompanhando a situação de perto e aconselhamos a aguardar os passos da justiça. A prefeitura de Birigui já foi intimida pelo Ministério da Justiça a pagar em juízo até terça-feira. Teremos que aguardar”, resume Magri.
A novela do caos da saúde na cidade começou quando a prefeitura suspendeu os pagamentos à OSS da Santa Casa, porque a organização havia perdido o certificado estadual, porque a OSS foi alvo de uma investigação da Polícia Civil e do Gaeco por desvio de dinheiro público. Com o atraso dos pagamentos, em dezembro do ano passado, a OSS cobrou na justiça o pagamento dos salários. Agora a prefeitura tem até 5 dias para colocar em dia a folha de pagamento dos funcionários, que serão substituídos, por uma outra equipe, contratada em caráter emergencial, graças ao decreto de Estado de Calamidade Pública na saúde estabelecido semana passada.
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