Todos os anos, milhões de pessoas procuram a estabilidade do serviço público por meio dos concursos. E este pode ser o ano em que boa parte destas pessoas irão conseguir realizar o sonho. Em entrevista exclusiva à Folha da Região, o gestor educacional especializado em concursos públicos, Mauricio de Carvalho Salviano, afirma que há uma grande expectativa para abertura de novos editais. “Tudo leva a crer que 2021 é o ano da virada nos concursos públicos”, afirma ele. Maurício, que é advogado e professor com MBA em Gestão Executiva Internacional, também dá dicas de como se preparar para os desafios das provas e ensina o caminho do sucesso: “só não passa quem desiste”.
Como está o cenário atual no país em relação aos concursos públicos. 2021 deverá ser um bom ano?
Tudo leva a crer que 2021 é o ano da virada nos concursos públicos, pois já temos, só na área da Segurança, o concurso da Polícia Militar de SP, que está com inscrições abertas. No próximo dia 19 será publicado o edital da Polícia Rodoviária Federal. E no final da próxima semana, um novo concurso para a Polícia Federal será aberto. Estamos falando, só nestas 3 áreas, em mais de 5 mil vagas.
Qual a melhor estratégia para se preparar para um concurso?
Certamente não é estudar sozinho. Quando o candidato estuda sem orientação especializada ele acaba lendo assuntos que nem caem mais nas provas. Portanto, ter um curso preparatório com especialistas ajudará muito, pois o candidato ganhará tempo e produtividade estudando apenas o que é cobrado efetivamente nas provas. Os bons cursos preparatórios têm professores enviando material de apoio atualizado, aulas complementares e, muitas vezes, uma mentoria, isto é, alguém com o estudante cobrando seu rendimento.
Há um erro comum que os concurseiros sempre cometem na hora da preparação?
Sim, que é o de estudar com material desatualizado. Acabam vendo antigos vídeos na internet que só pioram o rendimento, além de aprender fatos e leis que, muitas vezes, já nem existem mais.
Qual o perfil daqueles que chegam lá e conseguem uma vaga?
É a pessoa que costuma avisar a todos da sua família, amigos, enfim, que ele começou a preparação para concursos públicos e, portanto, não terá vida social até a aprovação. Todos pode passar em concursos públicos! Aqui dizemos que “só não passa quem desiste”.
Como fica a questão da vocação pessoal na hora de escolher uma profissão no serviço público? Acredito que a vocação pessoal não é o fator prioritário na escolha do concurso público, especialmente aqueles voltados ao público que está concluindo o ensino médio. Esses, na verdade, têm 17, 18 anos, e descobrem matérias afins que estão estudando e que também caem nas provas dos concursos. Então conciliam os interesses e garantem a aprovação e a estabilidade. No caso dos concursos para quem já tem ensino superior, muitas vezes as escolham complementam a graduação, e o caso de quem faz direito e depois presta concurso para delegado de política, promotor ou juiz.
O candidato deve focar em um tipo específico de concurso ou deve ir tentando profissões diferentes?
Precisa focar. Cada edital de concurso tem matérias específicas. Se você quer ser Diplomata, tem que estudar línguas estrangeiras, além de história, geografia, atualidades, ou seja, não vai estudar matemática, pois não cairá na prova. Depois que escolheu qual concurso deseja, deve se aprofundar totalmente nestas matérias. Assim vai dar certo. Há um entendimento geral de que a estabilidade no serviço público dará uma vida tranquila a quem tomar posse do cargo. Porém, uma vez dentro, o cidadão vai esbarrar com todos os problemas de uma vida corporativa do setor privado, questões políticas e não raro, falta de estrutura para trabalhar.
O senhor acredita que os candidatos pensam nisso antes? Ou se mesmo assim, ainda é atrativo? É muito atrativo. Nestes dias em que se fecham fábricas de automóveis no Brasil como a Mercedes e a Ford; com a pandemia gerando o fechamento de pequenos, médios e grandes, tudo isso faz com que o trabalhador busque um porto seguro. A estabilidade no emprego que o concurso dá, permite que você programe sua vida para a velhice. A certeza de contar com uma remuneração digna ao final de sua vida é algo que todas as gerações buscaram, e continuarão no nosso radar. Por isso, vale a pena ficar 1, 2, 3 anos estudando bastante, pois depois você terá a tranquilidade de uma casa própria, férias, e até mudar de carreira, se quiser, fazendo outros concursos até.
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