Policiais militares prenderam dois homens em flagrante e conseguiram evitar uma possível execução de um casal de desempregados, um homem de 35 anos e uma transexual de 29, que afirmaram estar sendo levados para o Tribunal do Crime. Eles foram capturados por cerca de 10 homens em uma “favelinha’ na rua Antônio Floriano Pétia, no Jardim Jussara, zona sul de Araçatuba, na tarde desta terça-feira (24), e populares que presenciaram as agressões e captura das vítimas acionaram a Polícia Militar.
Dois policiais da RPM (Rádio-Patrulha com Motos) foram acionados para atender ocorrência no local dos fatos, onde indivíduos estariam brigando por causa de droga. No total, o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) recebeu seis chamados. Em uma das ligações foi informado que havia briga generalizada e homens armados estavam atrás de uma vítima que havia subido no telhado de uma casa na tentativa de escapar dos agressores, e estava pedindo socorro.
A PM também recebeu chamados da companheira da vítima, uma transexual de 29 anos, a qual informou que seu amasio estava sendo agredido por integrantes da facção criminosa PCC. Os policiais receberam a informação em um dos chamados, de que os acusados havia colocado uma corda no pescoço da vítima para matá-la, e que a vítima, no caso o desempregado de 35 anos, tinha sido colocado em um Gol branco e levado por dois dos agressores.
Durante diligências, os policiais encontraram o Gol em alta velocidade pela marginal Anhanguera, e fizeram a abordagem, no momento em que a vítima pediu pelo “amor de Deus”, falando que os autores iriam matá-lo. A vítima estava bastante ferida. Dentro do veículo foi apreendida uma barra de ferro.
O desempregado informou aos policiais que era oposição do PCC e que estava sendo levado para o tribunal do crime, pois estava devendo dinheiro para o “Comando”. Segundo os policiais militares, os acusados que estavam levando o desempregado, um rapaz de 20 anos morador no Águas Claras e um funileiro de 50 anos, morador no Primavera, apresentaram versões contraditórias.
Policiais civis foram à Santa Casa, onde a vítima havia sido levada pela unidade de resgate do Corpo de Bombeiros para receber atendimento, e encontraram a companheira da vítima, uma transexual de 29 anos. Ela disse que ambos estavam sendo levados para o tribunal do crime, onde seriam mortos, tendo-se em vista que seu companheiro pertencia ao PCC, porém, por ter se relacionado amorosamente com um transexual, foi expulso do “partido” e jurado de morte.
Segundo as vítimas, havia mais de dez pessoas no local dos fatos, alguns portando arma de fogo, e tais pessoas começaram a agredir o desempregado, o qual foi arrastado para o Gol branco.
A transexual foi levada para um Gol, de cor preta, onde quatro autores disseram que seu companheiro seria enterrado vivo, enquanto ela seria morta com um tiro no rosto. Durante o trajeto, ao perceber que a polícia havia abordado o Gol onde seu companheiro era transportado, a transexual pulou do veículo e conseguiu fugir dos autores.
TRIBUNAL DO CRIME
O desempregado contou que ficou 15 anos na cadeia por crimes de roubo e tráfico e durante esse período virou oposição ao PCC., sendo que há dois meses recebeu a liberdade, e logo em seguida, em Campinas, chegou a ser sequestrado, foi levado para tribunal do crime de lá, mas conseguiu escapar.
Ele reconheceu os dois homens que o capturaram e foram detidos pelos policiais militares, além de reconhecer por foto um travesti e um rapaz que teriam participado da ação e afirmado que ele seria picado na espada. O desempregado também disse que no carro havia uma barra de ferro com a qual foi agredido, e que no trajeto os acusados diziam que iriam picá-lo, que não iria “passar batido” e que havia chegado a sua hora, além de chama-lo de coisa, expressão utilizada pelos integrantes do PCC contra seus opositores.
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