A edição desta quarta-feira (18) da Folha da Região traz um levantamento sobre o alto índice de abstenção do eleitorado na região. Em Araçatuba, 44.856 eleitores aptos a votar não compareceram às urnas neste domingo (15). Este número representa 29,62% dos eleitores da cidade. Na cidade de Penápolis, a proporção foi ainda maior. Nesta cidade, 31,70% dos cidadãos com um Título de Eleitor não foram exercer o dever e direito a escolher os futuros comandantes.
Os dados são do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e mostram que ainda há um distanciamento significativo entre a classe política e os habitantes da vida real. Aquelas pessoas que moram nos bairros em que os serviços são precários e também as que moram em regiões mais abastadas da cidade mas, além dos impostos, têm que pagar por escola privada, segurança particular e planos de saúde.
Um fosso que parece só aumentar, uma vez que nas eleições de 2016, a abstenção em Araçatuba foi de 22,48% dos votos. Mesmo que pese a questão da pandemia e o justo medo de contaminação, ainda assim é um crescimento de 7,14 pontos percentuais que precisam ser considerado.
Talvez o alto índice de falta nas eleições também tenha raízes nas campanhas eleitorais, que de modo geral foram desastrosas, e pela descrença das pessoas de que os governos realmente podem mudar suas vidas para melhor.
Sobre a questão das campanhas, pouco se viu de propostas dos candidatos. A Folha da Região deu voz a todos os candidatos a prefeito de Araçatuba e acompanhou os principais fatos na campanha. E também cobrou, em seu editorial, que os postulantes deveriam parar de trocar acusações o tempo todo e apresentar propostas sérias e realizáveis.
Infelizmente, o que se viu na prática foi uma política baixa em que grande parte dos candidatos se preocupavam mais em atacar o outro. Uma falta completa de sensibilidade com as dificuldades reais do pai de família que está desempregado, a mãe que não tem como trabalhar e cuidar do filho e dos jovens que não veem esperanças no futuro.
Agora, passado o pleito, espera-se que os eleitos não subam no Monte Olímpo e lá se acastelem. Se continuarem com a postura de pensar só em seus interesses e em atacar quem for contra, contribuirão em muito para que a abstenção seja ainda maior em 2024.
A boa notícia é a de que quem foi votar promoveu uma grande renovação. Prefeitos e vereadores foram varridos pela vontade popular. Como se diz em gíria da moda, fica a dica.
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