O Pix é uma nova ferramenta criada pelo Banco Central, que começou a funcionar esta semana, para facilitar e agilizar, de forma segura, transferências de valores entre contas bancárias por meio de uma chave, que direciona direto a uma conta do cliente. Além de não ter custo nas operações entre contas de pessoas físicas, podendo ser utilizada também em contas de pessoas jurídicas, o novo sistema fará transferências em um tempo médio de 10 segundos, 24 horas por dia e em qualquer dia da semana.
O economista e especialista no estudo de economia local e regional, professor da Faculdade da Fundação Educacional Araçatuba (FAC-FEA), Marco Aurélio Barbosa de Souza, explica que o Pix é o sistema de pagamento instantâneo instituído pelo Banco Central do Brasil, uma nova forma de fazer pagamento e transferências no Brasil. Segundo ele, esta é uma das maiores inovações do sistema financeiro nacional das últimas décadas.
O Pix é opcional aos clientes das instituições bancárias. Com relação ao custo operacional, Souza explica que há uma diferença entre pessoas físicas e jurídicas. Em geral, as transferências entre pessoas físicas são gratuitas, mas algumas exceções com destaque para a situação em que o dinheiro recebido pela pessoa física for produto de uma venda (por exemplo, quando essa pessoa atua como empresário individual).
Dessa forma, na prática, isso significa que as pessoas físicas não precisarão mais pagar as tarifas de TED (Transferência Eletrônica Disponível) ou DOC (Documento de Crédito) e também não vão pagar tarifas ao fazer pagamentos a estabelecimentos. “Além da agilidade, traz como vantagem a redução de custos de transações”, destacou.
Já as pessoas jurídicas (empresas/lojistas) poderão ser cobradas com uma taxa fixa por transação ao receber ou fazer pagamentos e nas transferências feitas entre empresas. Segundo o Baco Central, as próprias instituições financeiras vão decidir quanto vão cobrar das empresas, como já acontece hoje, e os estabelecimentos comerciais poderão escolher as taxas que julgarem mais justas para operar. Porém, devido à concorrência de mercado, algumas instituições já informaram que não vão cobrar e isentar seus clientes pessoas jurídicas.
Com o Pix, também será possível fazer pagamentos em tempo real a lojas, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais, além de quitar contas de água e luz, e até recolher impostos. Cada pessoa poderá ter um código Pix apenas, e deverá escolher qual conta irá direcionar a “chave”, caso tenha mais de uma conta.
O professor explica ainda que o sistema praticamente não apresenta desvantagens. “É claro que como toda inovação de mercado, em especial, da área financeira, há uma curva de aprendizado. Após o período de aprendizados dos agentes econômicos, visualizo grandes oportunidades para potencializar o desenvolvimento econômico local, a geração de novos negócios, a criação de novas empresas para aproveitar as vantagens e oportunidades geradas pelos sistema (como exemplo startups)”, justificou.
Souza também diz que o sistema é mais rápido, mais prático, mais simples e traz a possibilidade de integração e outros serviços no smartphone. Para os recebedores, o Pix tem custo de aceitação menor que dos demais meios eletrônicos e disponibilização imediata dos recursos, o que tende a reduzir necessidade de crédito, facilidade de automatização e de conciliação de pagamentos; facilidade e rapidez de check-out (não tem necessidade de POS para passar o instrumento de pagamento ou de um caixa para dar troco).
O Pix ainda tem potencial de inclusão financeira da população, gerando diversas possibilidades ao sistema produtivo, permitindo, inclusive, o uso de códigos QR Code para transações. “Acredito que até o setor público deveria adotar para facilitar os pagamentos de tributos. Isso traria agilidade e comodidade para as pessoas”.
Souza ainda explica que o Banco Central está com uma ampla agenda de inovações para o sistema financeiro nacional, que objetivo modernizar os meios de pagamentos e trazer competitividade para a economia brasileira.
O Pix está inserido nessa agenda chamada “Agenda BC”, que busca mais competição no mercado, mais inclusão de pessoas, mais facilidade de transações e redução dos custos para os usuários.
“A incorporação de novas tecnologias em um contexto de digitalização da economia é um caminho sem volta que tende a se aprofundar nos próximos anos”, explica. Para o professor, é muito aconselhável a utilização por pessoas físicas e jurídicas em decorrência de todas as vantagens trazidas pelo novo meio de pagamentos. “Quem não se adaptar, em especial, empreendedores, acabará ficando para traz nessa evolução tecnológica que poderá impactar em seu negócios”. O professor acredita que os empresários que souberem aproveitar essas vantagens do Pix poderão potencializar suas vendas e o crescimento de suas empresas.
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