A eleição de Joseph Robinette “Joe” Biden Jr. como o 46º presidente dos Estados Unidos, na tarde do último sábado (7), foi vista, por grande parte do mundo, como um voto à razão. A ascensão do advogado e ex-vice presidente ao cargo maior no governo norte-americano representa, para muitos, o começo do fim da era dos governantes narcisistas que acreditam que com suas bravatas estão acima da lei.
Não deixa de ser um alento saber que uma das maiores economias do planeta será governada por um homem que prega a união do seu povo, defende a democracia, respeita os diferentes e antecipa que não tem vontade de ser o centro das atenções, deixando que seus atos falem por ele.
Este é um grande, porém, somente o primeiro passo para restauração do pensamento de desenvolvimento global pela igualdade e pela prosperidade. Em vários outros países também ainda se sustentam governos cujos líderes se fazem grandes por desrespeitarem a lei e por pregarem a divisão.
Tanto a direita quanto a esquerda – que fazem parte de uma divisão política nascida da Revolução Francesa, que fez sentido na Revolução Industrial e que ainda hoje é usada por falta de uma melhor – ainda apostam no discurso de ódio. Assim fazem para garantirem-se vivos e economicamente e socialmente viáveis.
O mundo ainda tem e terá muito trabalho para promover a democracia e a igualdade. A história ensina que nacionalismos e heróis nacionais levaram a ascensão de déspotas como Hitler e Stalim. Pequenos ditadores ainda encontram morada nas américas, na Europa Oriental e na África central. E diversos deles, como o alemão, foram eleitos pelo povo.
A queda de Donald Trump – que se recusa a aceitar a derrota e quer brigar pelo cargo até às últimas consequências, – tanto mostra que as escolhas pelo radical é errada, quanto é um prenúncio que dias complicados para a democracia ainda estão por vir. Líderes que se acham messiânicos e gostam de demonstrar força pela palavra e pelos gestos, ainda são um perigo. Nunca se sabe a que armas poderão recorrer para garantirem a permanecia em seus cargos.
Líderes políticos que ainda não aprenderam que são passageiros e que os cargos que ocupam sempre são maiores que eles são ainda uma ameaça séria para a comunidade internacional.
A democracia ainda é frágil e todos aqueles que querem um mundo mais seguro e igual em direitos precisam continuar atentos. Devem defender a liberdade de expressão, a imprensa livre e o direito ao voto.
Há de se entender, uma vez por todas, que não existem salvadores da pátria. Que o país é feito por todos, no cotidiano, e que os governantes devem ser escolhidos pela sua capacidade administrativa e inclinação para fazer o bem comum, mesmo que isso contrarie suas crenças pessoais.
A eleição de Biden pode ser um farol, mas é apenas uma luz distante. A cada país cabe seu papel na história. Há muito a ser feito.
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