A coluna Periscópio ouviu, na tarde de ontem, alguns prefeitos da região de Araçatuba sobre o decreto que autoriza estudos para conceder as Unidades Básicas de Saúde (UBS) à iniciativa privada. A medida foi vista como o início da privatização do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante das criticas, o Palácio do Planalto recuou e admitiu que o texto estava equivocado. Internamente, a falha no decreto foi atribuída à ausência de alinhamento entre os ministérios da Economia e da Saúde.
A reação mais veemente foi a do prefeito Célio Oliveira, de Penápolis. Ele disse que não concorda com a ideia. “Não há cabimento, na minha opinião, uma coisa dessas. É uma proposta totalmente fora de cogitação. Não sei detalhes a respeito disso, mas sou contra porque eu entendo que esse tipo de porta para a entrada da saúde primária tem que continuar sob o comando do Estado.”
Exemplo
Perguntado sobre o decreto, o prefeito de Araçatuba, Dilador Borges, disse que vê o Sistema Único de Saúde como um exemplo para o mundo. “Temos vários protocolos que são possíveis, graças aos SUS. Qualquer mudança em relação a esse Sistema tem que ser amplamente discutido. É muito cedo para emitir uma opinião”, afirmou.
Estudos
O prefeito de Birigui, Cristiano Salmierão, se mostrou apreensivo com a questão e destacou que a decisão do Governo Federal na liberação de estudos sobre a privatização do SUS (Sistema Único de Saúde), esta ainda em fase inicial que deverá definir qual a modelagem ideal para o sistema. “Neste momento e sem definição do modelo que será proposto não tenho como fazer uma analise e avaliação para ter uma opinião formada a respeito”, comentou.
Extinto
Várias personalidades políticas pelo país se manifestaram contra. A revogação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. O presidente Jair Bolsonaro confirmou a revogação do decreto no Facebook, mas defendeu a proposta. “Temos atualmente mais de 4.000 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 168 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) inacabadas. Faltam recursos financeiros para conclusão das obras, aquisição de equipamentos e contratação de pessoal”, destacou. Na publicação, ele se referiu ao caso como a “falsa privatização”.
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