A Folha da Região procurou, nesta quarta-feira (21), os oito candidatos a prefeito de Araçatuba para ouvir o que eles acham a discussão sobre a obrigatoriedade da vacina contra covid-19.
O único a não se manifestar foi Domingos Andorfato (PTB). Segundo seu vice, Fred Wilson, não seria possível contato com ele até o fechamento desta edição.
O assunto tem colocado, em enfrentamento direto, o presidente Jair Bolsonaro, contra a vacinação obrigatória, e o governador João Doria (PSDB), a favor.
Questionado pela reportagem da Folha da Região, Filipe Fornari (Podemos) se colocou favoravelmente à vacinação. “Acho que nesse momento tão delicado se faz necessária a vacinação de todos contra esse vírus que vem destruindo vida de muitas pessoas e de seus entes queridos. O coronavírus não deve ser politizado. A saúde não é brincadeira”.
Flávio Salatino, do PV, disse que é contra a obrigatoriedade da vacina. “Mas somos favoráveis a orientar as pessoas sobre gravidade do covid-19 e deixar que elas façam a opção de serem vacinados ou não!”.
Salatino ainda completou que “a população deve saber da importância da imunização como uma forma de prevenção”. “Acredito que utilizar a vacina é a melhor opção para as pessoas nesse momento de pandemia, isso para eliminar essa doença que vem assolando o mundo.”
Candidato à reeleição, Dilador Borges (PSDB), afirmou que todas as suas decisões são baseadas no que diz a medicina. “Eu não tenho competência para determinar o uso obrigatório ou não de uma vacina, isso não deve ser uma decisão pessoal. Acredito que os órgãos competentes na área da Saúde é que devem dizer sobre a eficácia e os benefícios da vacina”, disse o prefeito.
Cido Saraiva, candidato pelo MDB, afirmou que quem tem que decidir se será obrigatório ou não é a ciência. É ela, disse ele, quem tem o conhecimento necessário pra decidir isso.
“Nesse caso a última palavra não pode ser da política. Pra política, a obrigação é encontrar mecanismos para ajudar a desenvolver o quanto antes uma vacina que seja comprovadamente eficaz. Mas não se pode negar que, se não fosse obrigatório, a varíola, a tuberculose e outras tantas, não teriam sido erradicadas. Essa politização de um tema tão delicado só gera mais insegurança e medo pra população. O momento é de unir forças e fazer os investimentos necessários para que tenhamos sucesso em encontrar logo uma vacina”, defendeu Saraiva.
CRITÉRIOS
Candidato pelo PT, Sebastião Junior, disse que é a favor da obrigatoriedade da vacinação desde que respeitada todas as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e que tenha registro da Anvisa, além de sua eficácia comprovada.
“Creio que podem ficar isentas da vacinação as pessoas que apresentarem alergia ou alguma comorbidade que possa agravar seu estado de saúde. Fora isso, a vacina tem que entrar no calendário nacional de vacinação e ter sua aplicação obrigatória, pois se trata de segurança pública, pois não se pode possibilitar uma nova onda de contágio que cause tanto prejuízo econômico e à saúde das pessoas”, argumentou.
Laine Martins, candidata do PTC, afirmou que não é favorável à obrigatoriedade da vacinação porque o vírus ainda é muito novo e pode sofrer mutação. “Tanto que a gente pode ver que as pessoas que tiveram covid-19 têm reações diferentes. Porém, se ao término de todos os testes houver uma resposta positiva da ciência e das autoridades, pode ser que a aplicação possa vir acontecer”, afirmou.
Candidato pelo PSOL, o Reverendo Paulo disse, à Folha da Região, que é favorável à obrigatoriedade porque já não se trata mais de uma questão de direito individual, mas de segurança da sociedade. “Pessoas estão morrendo, a economia está totalmente parada, como a questão das aulas. Então, você precisa dar uma solução coletiva. Agora, como vai ser esta obrigatoriedade tem que ser discutida. Não se trata de uma questão policial, mas uma questão de educação para que possamos ter uma sociedade mais segura para todos”, disse o Reverendo Paulo.
Foto: Uol
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