Reunião do prefeito e secretárias da Educação e Saúde com representantes de escolas públicas e particulares realizada esta semana em Araçatuba serviu mais como oportunidade para anúncio de intenções do que para fundamentar decisões práticas em relação à volta às aulas. É verdade que não tinha como ser muito diferente em meio à absoluta instabilidade de cenário na pandemia do coronavírus, mas restou a sensação de que o encontro poderia ter sido mais proveitoso com o anúncio de medidas mais práticas.
De concreto mesmo, como mostra reportagem publicada pela Folha da Região na edição de ontem, apenas a previsão de que parte das atividades começa a ocorrer em 8 de setembro e que as aulas presenciais ocorram a partir de 7 de outubro. Nada muito diferente do que já havia sido proposto pelo governo no âmbito estadual. Medidas mais específicas devem constar em decreto municipal, sustentado em orientações do chamado Centro de Operações de Emergência, a equipe que monitora o coronavírus.
Obviamente, as definições de calendário dependem do cenário da doença nas próximas semanas. Atualmente na fase amarela do Plano São Paulo que contempla toda a região, Araçatuba está num estágio de maior flexibilização de atividades. O comportamento da população nos próximos dias produzirá efeitos nos números de mortes e infectados, bem como nas taxas de ocupação hospitalar. Se a resposta for positiva, serão criadas condições favoráveis também para outras atividades, incluindo as aulas.
Entretanto, a reunião poderia ter avançado mais no sentido de esclarecer medidas que terão de ser adotadas, independentemente das estatísticas. Desde já, é interessante que professores, funcionários em geral, alunos, os pais e até profissionais do transporte escolar tomem conhecimento de regras de convivência segura, do distanciamento à higienização das mãos, da medição de temperatura ao uso de máscaras, do funcionamento de bebedouros à operacionalidade de refeitórios e cantinas.
Merece especial atenção a definição de taxas de ocupação da capacidade de salas de aulas. Dessa definição vai depender, aliás, possível sistema híbrido de frequência, que provavelmente vai obrigar muitas instituições a estabelecer rodízios entre grupos presenciais e grupos de acompanhamento online. Neste aspecto, inclusive, é preciso saber até que ponto as escolas conseguem oferecer estrutura tecnológica e, principalmente, como se pode garantir conectividade ao aluno em casa.
Acima de tudo, é imperioso assegurar que a volta às aulas ocorra com segurança absoluta, sem comprometer ainda mais a qualidade do ensino. Com a palavra, os especialistas.
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