Ano novo, vida nova, pensamento que muitas pessoas têm quando o dia 1º de janeiro chega. Uns começam a visualizar novas oportunidades; outros planejam metas, mas como de fato cumpri-las e não deixá-las para trás no decorrer do ano?
A Folha da Região conversou a psicóloga Mariane Bomfim, que explicou sobre o planejamento de metas e pequenas vitórias.
Folha da Região – Como planejar as metas sem grandes exageros? Pois muitas pessoas fazem metas que sabem que não vão cumprir.
Mariane Bonfim – O problema das “metas de ano novo” é que elas geralmente são metas grandiosas, como perder 10 kg, falar inglês fluente, ler 30 livros, porque estamos empolgados com um ano novo inteirinho. Acredito que o segredo é estar mais consciente. Não se empolgar tanto com as promessas e focar naquilo que é possível ser feito. Outra dica é tentar relembrar se ficou algo “faltando para cumprir do ano passado” ao invés de colocar novas metas. E principalmente pensar no que realmente é preciso mudar.
Como realmente cumpri-las?
Dividir as grandes metas em pequenos objetivos mais tangíveis, mais reais e entender o porquê eu quero atingir esses objetivos. Anotar no papel e colocar em algum lugar que você vai olhar todos os dias também pode ajudar como lembretes diários.
Como saber se está fazendo as metas para você ou para os outros te aceitarem? Como por exemplo, emagrecer.
Essa é uma ótima pergunta! Emagrecer é sempre uma das metas mais planejadas, mas também é a que causa maior frustração. Porque eu quero emagrecer? É por conta da minha saúde? É estético? E se for estético é para eu me sentir bem com meu corpo ou para a “sociedade” (amigos, namorado, família, seguidores). No fundo, tudo que fazemos é para outro porque estamos enraizados em uma sociedade julgadora que não quer que estejamos bem (sendo gorda ou sendo magra, nunca estará bom), então mais importante do que colocar um peso para alcançar foque no respeito a si mesmo e sempre procure ajuda de um profissional qualificado (nutricionistas, endocrinologistas, nutrólogos) para que essa meta não seja mais uma vez uma grande frustração.
Como perceber que cada passo já é uma grande vitória para atingir o objetivo?
Dividindo em pequenos objetivos, lembra? Por exemplo, minha meta é ler mais esse ano, então ao invés de colocar 30 livros como meta, coloco como objetivo ler todo dia, não importa quantas páginas. Se depois de um mês eu consegui ler todos os dias eu aumento o desafio, nesse caso coloco para ler todo dia 10 páginas. E posso até me dar um “presente” (comprar um livro que eu queria muito). E sempre se lembrar da sua rotina, faça metas que sejam reais para a sua rotina.
Como manter o foto diante de alguns imprevistos?
Entender que imprevisto acontecem independente do seu planejamento. Alguns dias são ruins, ficamos sem tempo ou sem ânimo, mas não desista por causa de um dia. Se dê essa “folga”, pegue leve com você mesma e, no outro dia, você retoma.
Como planejar e não ser tão rígida com você mesma?
Para se planejar, você pode anotar no celular, em um papel, fazer agenda ou até um grupo para se ajudarem e incentivar um ao outro. Para não ser tão rígida consigo mesma, primeiro pense que você que impôs essa regra, ou seja, foi uma escolha sua, não leve como uma obrigação severa ou que haverá castigos caso não as cumpra. E levar a vida de forma mais leve, ser mais amiga de si mesmo. Costumamos ser muito severos conosco e isso gera culpa, ansiedade e pode ser até um gatilho para alguma doença mais grave.
Como ter mais amor próprio e empatia por você mesmo diante das metas?
Acredito que passar mais tempo com você mesma. Quando estamos sozinhos, costumamos estar sempre no celular, nunca estamos realmente presentes com nossos pensamentos, sentimentos. Na verdade, essa deveria ser a meta de todo mundo nesse ano: se aceitar mais, se tratar melhor. Toda vez que você for severa consigo mesma por algo que não fez ou fez errado pense “e se fosse uma amiga que tivesse feito isso? Eu iria ser cruel com ela ou consola – lá?”. Geralmente conseguimos ter mais empatia com nossos amigos então por que ser cruéis conosco? Já está na hora de mudar esse pensamento.
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