O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, fez um sobrevoo pela região do arquipélago baiano de Abrolhos (BA) na manhã deste domingo (3) e acompanhou as operações de monitoramento e limpeza de áreas atingidas pelas manchas de óleo. As informações são da Agência Brasil.
Desde o início do aparecimento de manchas de óleo nas praias nordestinas, mais de 4 mil toneladas de resíduos já foram retirados desses locais, segundo levantamento divulgado neste sábado pelo GAA. O descarte desse material é feito pelas secretarias de Meio Ambiente dos estados.
Em nota, o GAA informou também que “foram detectados e removidos pequenos fragmentos de óleo em Ponta da Baleia, em Caravelas e na Ilha de Santa Bárbara, em Abrolhos, por equipes e navios da Marinha, juntamente com o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]”.
De acordo com o GAA, estão limpas as praias do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco. As localidades que ainda permanecem com vestígios de óleo e com ações de limpeza em andamento são as seguintes: Maragogi, Japaratinga, Barra de São Miguel, Coruripe, Feliz Deserto e Piaçabuçu, em Alagoas; Artista, em Sergipe; Arembepe, Berlinque, Barra Grande, Cueira, Pratigi, Alcobaça, Mar Moreno e Piracanga, na Bahia.
Ainda segundo a nota, foram empregados nos trabalhos de limpeza das praias e observação marítima 15 navios, quatro aeronaves, três drones e mais de 2.350 militares e 85 servidores do Ibama e ICMBio.
Navio grego
Segundo apuração da Polícia Federal, o navio responsável pelo vazamento é proveniente da Grécia. A embarcação grega teria atracado em 15 de julho na Venezuela, onde ficou por três dias antes de seguir para Singapura, via África do Sul.
O marco zero da mancha de óleo foi localizado entre os dias 23 e 24 de outubro. A mancha original tinha 200 quilômetros de extensão e estava a pouco mais de 700 quilômetros da costa brasileira. O mapeamento do local exato onde o vazamento começou foi feito pela empresa Hex Tecnologias Geoespaciais.
FRAGMENTOS
A Marinha informou hoje (2) que pequenos fragmentos de óleo foram encontrados e recolhidos na região de Abrolhos, na Bahia. Segundo a Marinha, os fragmentos foram retirados do mar pelo Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela Marinha do Brasil (MB), Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As informações são da Agência Brasil.
Os resíduos foram detectados e recolhidos neste sábado próximos à Ilha de Santa Bárbara, uma das cinco que compõe o arquipélago de Abrolhos. Outros fragmentos de óleo foram retirados da Ponta da Baleia, no município baiano de Caravelas.
Investigações da PF
O marco zero da mancha de óleo que atinge as praias do Nordeste brasileiro desde o início de setembro foi localizado entre os dias 23 e 24 de outubro. A mancha original tinha 200 quilômetros de extensão e estava a pouco mais de 700 quilômetros da costa brasileira. O mapeamento do local exato onde o vazamento começou foi feito pela empresa Hex Tecnologias Geoespaciais.
“Nos interessamos por esse tema e começamos a fazer essa investigação. Usamos diversos tipos de imagens provenientes de satélites ópticos e de radar. Fomos montando um exercício dia a dia para o passado, até que nos deparamos com a mancha, o ponto zero”, explicou Leonardo Barros, diretor-executivo da empresa.
Os técnicos da empresa encontraram o ponto inicial da mancha seguindo o rastro do óleo, utilizando imagens de dias anteriores até chegar à resposta. Em seguida, buscaram o navio que, supostamente, vazou o óleo. Foram feitos cruzamentos de imagens de radar com os sinais Automatic Identification System (AIS) emitidos pelos navios.
“Neste momento nós conseguimos achar uma determinada embarcação que coincidiu a data, localização e trajetória”, disse Barros. Segundo ele, não foi identificado nas imagens de satélite de radar nenhum navio “fantasma”, ou seja, embarcação navegando sem um sinal AIS correspondente.
Hoje (1º), a Polícia Federal anunciou que o navio é proveniente da Grécia. A embarcação grega teria atracado em 15 de julho na Venezuela, onde ficou por três dias antes de seguir para Singapura, via África do Sul.
Barros disse que cessou o monitoramento assim que o navio chegou à África do Sul, mas disse ser possível precisar a localização atual da embarcação com as mesmas técnicas de monitoramento.
Os estudos da Hex foram entregues à Polícia Federal no dia 25 de outubro. As investigações, que começaram no final de setembro de forma espontânea, passaram a ser acompanhadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “A Abin nos contatou e nos questionou se tínhamos algum know how [para auxiliar nas investigações] e dissemos que já estávamos fazendo essas análises. Quando tivemos a primeira informação da mancha, informamos a Abin e ela nos orientou a destinar todo o resultado desse trabalho para a Polícia Federal”.
Investigações da PF
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje a Operação Mácula, com objetivo de investigar a embarcação suspeita, identificada nos radares. A PF solicitou diligências em outros países, a fim de obter mais dados sobre a embarcação, a tripulação e a empresa.
A PF esteve na sede do escritório da Witt O’Brien’s, empresa especializada em gerenciamento de emergências em navios. Em nota, a empresa negou trabalhar para a embarcação grega suspeita do derramamento de óleo. “A Witt O´Brien’s informa a todos que, esse navio ou seu armador jamais foi cliente da Witt O’Brien’s no Brasil e que o Brasil não exige que navios tenham contratos pré-estabelecidos para combate a emergências. […] A Witt O´Brien´s Brasil afirma que está à disposição das autoridades brasileiras e que contribuirá com todas as informações necessárias”.
A PF informou que está realizando “diversos exames periciais no material oleoso recolhido em todos os estados brasileiros atingidos, bem como exames em animais mortos, já havendo a constatação de asfixia por óleo, assim como a similaridade de origem entre as amostras”.
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