A expectativa do governo e das empresas distribuidoras de combustível é a de que a gasolina ficará pelo menos 10% mais cara a partir dos próximos dias. E como não é de se espantar, os postos de Araçatuba, como em todo o país, não demorarão em repassar o custo antecipado para o contribuinte.
Tudo isso por causa do ataque que está sendo considerado o “11 de Setembro do Petróleo”. Trata-se do ataque por drones, neste sábado (14/09), à maior instalação de processamento de petróleo do mundo na Arábia Saudita e um grande campo de petróleo operado pela gigante estatal saudita Aramco. Os ataques provocaram incêndios em Abqaiq, maior instalação de processamento de petróleo no mundo, e em Khurais. Houve uma redução estimada de 5,7 milhões de barris por dia na produção, o equivalente a 6% do abastecimento mundial. Em meio à insegurança, a Arábia cortou 50% de sua produção nos últimos dias.
Há ainda muitos desencontros sobre a motivação e a origem do atentado, o que tem elevado a temperatura política e bélica naquela importante região do planeta. Por causa de tudo isso, conforme reportagem publicada na edição de hoje da Folha da Região, o preço do petróleo disparou nos mercados globais nesta segunda-feira (16).
O barril do petróleo Brent (classificação de petróleo cru), informam as agências internacionais, chegou a um pico de US$ 71,95 no mercado futuro, um aumento de 19,5% em relação à sexta-feira (13). Foi a maior alta diária registrada desde 1991, quando começou a Guerra do Golfo.
O mercado futuro se refere à negociação de contratos de ativos que serão liquidados em data futura. Ele funciona como uma espécie de termômetro sobre a expectativa atual do mercado para o valor do ativo na data de vencimento. No caso do Brent, o contrato ativo no momento vence em novembro.
Por volta das 7h30 desta segunda, o barril era cotado a US$ 65,32 , alta de 9% em relação à sexta. Apesar da subida, o valor ainda está um pouco distante da maior alta registrada nos últimos 12 meses. Em outubro de 2018, o valor chegou a US$ 86,29.
Enquanto a guerra no Oriente Médio parece sem solução, quem pagará a conta será todo o dono de veículo movido por motor à explosão. E o aumento da gasolina é o ponto inicial para o aumento do preço de alimentos, vestuário e todos os serviços.
É um remédio amargo que não tem jeito de ser adiado. Mas não precisa ser para sempre. Crises do petróleo como esta jogam luz sobre a necessidade de aceleração dos processos de substituição dos carros movidos por combustíveis fósseis. Alguns concessionários já oferecem seus veículos híbridos, com opção de eletricidade.
As novas tecnologias devem suplantar a antiga força oculta das petrolíferas. Assim como os hábitos do uso de carros em detrimento de um serviço público eficiente de transporte e até a velha e saudável caminhada precisam entrar em pauta de discussão nas mesas das casas e empresas.
Que este caso, que precisará ser pago nas bombas dos postos locais, sirva de estímulo para que a sociedade planetária dê um passo à frente. Toda crise é uma chance de desenvolvimento.
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