No último dia 29 de agosto foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, que tem como objetivo, reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos causados pelo tabaco. De acordo com o 7º Relatório da Oms (Organização Mundial da Saúde) sobre a Epidemia Mundial do Tabaco, divulgada em julho deste ano, o Brasil e a Turquia são os dois únicos países, dentre as 171 nações, que aderiram às medidas globais da Organização com ações para a redução do consumo de tabaco.
O médico endocrinologista de Araçatuba, Antonio Mendes Fontanelli, destaca que o Brasil é uma referência no combate ao tabagismo devido à implantação do plano para reverter à epidemia do tabaco. “Esse plano consiste em monitorar o uso de tabaco e oferecer ajuda àqueles que querem parar de fumar, além de alertar sobre os perigos da droga, proibir a divulgação midiática e aumentar os impostos sobre o tabaco”, explica.
O médico alerta para o uso de cigarros eletrônicos, que também são prejudiciais a saúde. “Uma alternativa criada pela indústria para aumentar a dependência do tabaco foram os cigarros eletrônicos, que são prejudiciais à saúde, além de servir de porta de entrada para o vício”, ressalta.
O Inca (Instituto Nacional de Câncer) explica que o tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. O Instituto aponta ainda que o tabaco fumado, em qualquer uma de suas formas, causa até 90% de todos os cânceres do pulmão e é um fator de risco significativo para acidentes cérebros-vasculares e ataques cardíacos.
Os dados do Instituto, que são de 2018, alertam ainda sobre a precocidade no tabagismo. É apontado que, no Brasil, 20% dos fumantes começaram a fumar antes dos 15 anos. Os produtos de tabaco matam seis em cada dez consumidores. Todos os anos sete milhões de mortes são causadas pelo tabagismo, e há um custo global em saúde e perda de produtividade para os governos de 1,4 trilhões de dólares, é o aponta o Inca.
NARGUILE
Apesar do Brasil ter reduzido significativamente o número de fumantes, o uso de narguile, em contra partida, tem aumentado muito entre os jovens. Fontanelli destaca que a população desconhece que uma sessão de uma hora de narguile equivale ao consumo de 100 cigarros.
“Além disso, compartilhar o narguile com outros usuários, expõe o fumante ao vírus da herpes e a outras doenças como a hepatite C e tuberculose. As essências do narguile seduzem usuário e escondem por trás dele os prejuízos para a saúde, já que o narguile é muito pior que o cigarro”, afirma.
O médico ressalta que, um fumante, de 35 anos, ao abandonar o fumo ganha de 3 a 5 anos de vida. “Ademais, a prevenção secundária é imprescindível, pois o risco de recorrência diminui 50% com diagnóstico e tratamento, atenuação equiparável a qualquer intervenção terapêutica moderna. O tabagismo é uma doença que necessita tratamento e este é oferecido gratuitamente pelo SUS. Parar de fumar reduz a mortalidade em 36% e o índice de reinfarto em 32%. Busque ajuda DISQUE SAÚDE 136. Hoje é um bom dia para parar de fumar”, finaliza.
Comentários sobre esse post