Chef Juarez, helloooo? De onde você tirou essa relação absurda?
Tirei da vida e não é uma bobagem, é uma realidade que para ser constatada, basta que olhemos a nossa volta, pois, está presente em todos os setores e segmentos, até mesmo nas esferas social e familiar, onde a “Arte do Saber Viver”, exige habilidade, “feeling”, uma boa porção de sabedoria e uma pitadinha de genialidade.
Os exemplos são inúmeros, suficientes para tomar duas páginas inteiras deste Caderno, porém, vou direcionar o foco principal para a Gastronomia em toda a sua abrangência e dar algumas pinceladas, traçando um paralelo com outros segmentos.
Um toque inteligente em um preparo pode valorizar uma receita, infinitamente mais que o uso ou acréscimo de diversos ingredientes caros e raros, basta uma decoração, a forma de dispor o alimento no recipiente de apresentação, valorizar o aroma e aquela última pitada que vai fazer toda a diferença no paladar final.
Outro detalhe muito interessante sobre a genialidade (não só na gastronomia), é que nem sempre o lampejo genial sai das mentes mais privilegiadas, da cabeça daquele que é considerado “O Cara”, ou reside na notoriedade de alguém.
Muitos dos grandes nomes da culinária mundial, já assinaram receitas criadas por seus pupilos e auxiliares, assim como, já criaram receitas divinas, mas, que pareciam incompletas, faltava alguma coisa, aquele toque de genialidade que veio justamente daquele que parecia ser o menos talentoso entre seus brigadianos prediletos.
Claro que isso não é regra, mas, está muito longe de ser exceção, pois, já presenciei muita “apropriação indébita” de ideias, inclusive minhas, na “cara dura” e sem a menor satisfação ou agradecimento que acabaram ficando por isso mesmo.
Já vi também muito Chef brilhante criar receitas medíocres e no dia seguinte criar uma obra de arte, ou seja, na culinária, momentos de infelicidade na criação, fazem parte do script, da mesma forma que os flashes de genialidade. É um jogo de tentativa e erro, graças a Deus, com mais acertos.
Quantas vezes de uma baita lambança, daquelas sem precedentes surgiram pratos maravilhosos e unanimidades mundiais, tal como o Chantilly do grande mestre Vatel, que errou feio, botou força no braço e acabou acertando divinamente, a Coca-Cola descoberta a partir da ideia de se criar um solvente e anticorrosivo de detritos (o que mesmo depois de refrigerante, continuou sendo), o chucrute, enfim, como tantos outros.
No futebol brasileiro celeiro de craques que acabam ainda em tenra idade, jogados na mediocridade da correria e da força física, onde acabam aprendendo com aqueles que sempre nos temeram, tendo como resultado uma Seleção Brasileira taticamente previsível, comum, como as de lá. A mediocridade do futebol europeu não acabou, apenas disfarçou-se com alguns truques e dribles copiados e aprendidos com aqueles que há anos aliciam dos combalidos clubes brasileiros. Com toda a certeza os “craques” formados por lá não aguentariam uma temporada completa aqui em terras Tupiniquins e torneios sul-americanos.
E na seara política então, principalmente no que concerne ao nosso poder legislativo, tanto federal, estadual e municipal, é um verdadeiro festival de sandices, o mais vivo exemplo do exercício e abuso do direito de criar projetos medíocres, sem nenhuma valia prática para nenhum de nós, o que abrange, sem exagero, 90% do que é posto em pauta e dentro dos 10% restantes, nada além do óbvio ou inadiável e mesmo assim, dependendo dos interesses corporativos e individuais, 50% destes não passam e revirando o que sobra não se encontra um só vestígio de genialidade ou da mais pura isenção.
Bom, só faltou religião e vai ficar faltando, pois, vou retornar a velha e boa culinária, que é um dos poucos setores onde a mediocridade tem reais chances de se tornar algo genial com apenas um toque, um simples realce, a sacada de mestre quando num lance de inspiração, vê o que ninguém ainda viu.
Partindo do que sobrar do seu próximo churrasco, muito provavelmente hoje, monte o seu próprio Carretão Genial!
RECEITA: CARRETÃO GENIAL
Você vai precisar de: Todo o cordeiro, cupim e linguiça que sobraram do churrasco; -4 kg de arroz (vai servir aproximadamente 25 pessoas); -7 dentes de alho picadinhos; -3 cebolas grandes cortadas grosseiramente; -1 pimenta dedo de moça picadinha sem sementes; -3 pimentões, um de cada cor, cortados em quadrados grandes; -3 tomates não muito maduros cortados grosseiramente; -1 maço de salsa picado com os talos; -1 maço de cebolinha picado inteiro; -3 ramos de manjericão, somente folhas e brotos; -100g de manteiga animal; -1/2 xícara de azeite de oliva; -3 colheres de sopa de orégano; -1 colher de sobremesa de alecrim; -1Lt de leite integral; -1/2 colher de sopa de páprica picante; -1 colher de sopa de açafrão; -sal e p. reino qb.
Preparo: Corte as linguiças em rodelas grossas e reserve. Numa bacia, junte os pedaços de cordeiro e lascas de cupim, derrame o leite e deixe de molho por 30 minutos, enquanto separa os demais ingredientes e só escorra antes de ir para a panela. Numa panela bem grande, aqueça a manteiga e o azeite, frite as linguiças, doure o alho, junte a pimenta, as cebolas, os pimentões, os tomates, metade da salsinha, metade da cebolinha, metade do manjericão, o alecrim e o orégano, refogue mexendo para não grudar muito, escorra o cordeiro e o cupim (reserve o leite) e junte ao refogado, mexa e deixe refogando por 20 minutos, pingando água quando necessário, coloque o arroz, misture bem, derrame o leite reservado e complete com água (de preferência quente), até cobrir toda a porção 3 dedos acima no seu nível, misture a páprica e o açafrão, ajuste o sal e a p. reino, tampe a panela e deixe secar em fogo baixo, se necessário, pingue um pouco mais de água para finalizar o cozimento, pois, os grãos de arroz deverão estar bem cozidos a ponto de grudar um pouco, eu disse um pouco. Retire a panela do fogo, leve para o mesão e convoque a galera!
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