Não é loucura ou devaneio, é apenas uma reflexão que tive há alguns anos e se não me engano já abordei o tema por aqui após assistir a cena de um filme, que contarei mais adiante, mas, antes gostaria de deixar claro que não se trata de nenhuma chacota, em hipótese alguma eu faria isso, seja com qualquer seguimento ou vertente religiosa, principalmente sobre a doutrina em que acredito e que me ensina todos os dias à importância da caridade, do amor ao próximo e acima de tudo, sobre os ensinamentos contidos nas palavras e atos de Jesus e a fé incondicional e perene que tenho em Deus Pai!
A cena a qual me refiro acima é do filme “Nosso Lar”, especificamente aquela em que André Luís e a família que o acolheu por lá, se reúnem à mesa para uma refeição como qualquer família aqui do plano onde vivemos.
Para quem não teve a oportunidade de se aprofundar no conhecimento da dinâmica desta transição do desencarne, do porque e para onde vamos, pode causar estranheza e suscitar várias dúvidas e questionamentos (o que é absolutamente natural) de como isto é possível, já que uma vez espíritos livres e sem a necessidade de operar a manutenção de um corpo carnal, obviamente não precisarem de comida ou qualquer outro alimento de ordem material.
Proporcionar este entendimento demandaria muito tempo e estudo, além de conduzir os caros leitores para longe do foco do texto, que é aproveitar a cena em questão para mostrar o poder de transcender que a Gastronomia possui, evidentemente que de forma ilustrativa e não necessariamente como verdade absoluta, pois, estaria desrespeitando visões diferentes sobre o tema.
O fato é que não importa qual a história ou trama, independente da proposta ou assunto abordado em filmes, peças teatrais, novelas, livros e outros, a comida é presença certa, mesmo que seja um documentário sobre a diversidade da flora de um planeta de Andrômeda ou Alfa Centauro, o alimento vai estar presente por ser fundamental para o crescimento e manutenção da vida dos seus habitantes e bioma de maneira geral.
Tente lembrar-se de um filme onde ninguém come absolutamente nada, mesmo que ele retrate a vida após a morte.
Se alimentar é com toda a certeza a principal necessidade orgânica de toda e qualquer espécie de vida existente na Terra e onde mais ela se faça presente, de um ser unicelular a um filete de grama, assim como vírus, bactérias e fungos, todos eles, não sobreviveriam sem suas fontes de alimento, o simples corte no fornecimento seria o suficiente para extingui-los a curto, médio ou longo prazo.
Às vezes, fico pensando na falta de graça e sentido que a vida teria se não pudéssemos comer aqueles preparos que mais gostamos e chegamos a sonhar durante toda a semana em degustá-los, como aquela torta de chocolate, a macarronada de domingo, a feijoada no sábado, o pudim de sobremesa, o brigadeiro e o bolo na festinha, uma suculenta picanha, um belo e cheiroso frango assado, enfim, tudo aquilo que nos dá água na boca e um prazer indescritível só de pensar em comer.
Talvez esta seja uma explicação para a ideia de passar a presença da Gastronomia após a morte, pelo fato de comer não estar só gravado em nosso DNA e como necessidade primaz para vida, mas também, tatuado no nosso espírito desde a sua primeira encarnação.
RECEITA: PICANHETE
Você vai precisar de:
-500g de picanha em cubos;
-300g de mandioca cozidas AL dente em cubos;
-150g de shitake;
-250 g de bacon fatiado;
-1 amarelo e 1 verde em quadrados grandes;
-4 tomates pequenos cortados ao meio sem sementes;
-250g de moçarela de búfala em bolinhas;
-2 linguiças de pernil aferventadas em rodelas grossas;
-1 colher de sopa de shoyu;
-sal e p. reino qb;
-150g de manteiga (animal);
-8 espetos de bambu.
Preparo: Tempere separadamente a carne e os legumes com sal, p. reino e sal. Numa frigideira grande antiaderente ou numa chapa, aqueça manteiga e chapeie os cubos de picanha até que fiquem dourados por todos os lados, faça o mesmo com a linguiça e em seguida com os legumes. Enrole os cubos de picanha com bacon,espete de forma alternada carnes e legumes, espalhe um pouco de manteiga derretida por cima dos espetos e leve ao forno preaquecido a 180°C por 15 minutos, retire do forno, espalhe as bolinhas de moçarela de búfala, deixe no forno por mais 3 minutos, retire, decore com fios de shoyu e sirva com arroz branco ou penne al dente passado na manteiga com manjericão e alecrim.
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