Certa feita, um mestre inferiu a noção de um jardim; que por mais simples que seja, se bem cuidado, encanta a todos. Um bom jardim, vem de um bom solo: Uma mãe para os microrganismos!
Depois de ter feito o mundo e um casal famoso, Deus fez um belo jardim para eles. Mas, ambos pecaram… quiseram ser deuses. Num ato de amor, foram recolocados e capacitados para cuidar da terra. E aí começou o estrago. A primeira tragédia foi entre irmãos, e está ligada à inveja e à produção na terra.
Hoje, continuamos a cuspir no solo que comemos, tamanha é a quantidade de pesticidas e fertilizantes químicos que jogamos nele. Não há chão que sustente tanto tempo, um cenário de ganância pelo lucro.
Técnicos da ONU, mostram que a aceleração da degradação seja por compactação, acidificação ou salinização, leva a desertificação de áreas antes férteis. Em Minas Gerais, mais de 40% das áreas de pastagens estão degradadas. No Paraná, já se perdeu 18 mil km², de áreas cultiváveis. Por isso, a agropecuária avança agora para as reservas da Amazônia.
Um solo compactado não repõe o lençol freático. E a precipitação (chuva) leva à erosão e assoreamento dos rios e riachos. Mas antes, vai matar milhões de peixes, igual vimos há pouco no rio Tietê.
O simbolismo do Gênesis nos apresenta três relações da nossa existência (LS 66), e do seu rompimento com Deus, com o próximo e com as criaturas. Sempre, só se falou do amor ao próximo e a Deus, e quase nada do amor às criaturas.
A Igreja quer dar voz ao grito estrangulado da terra. Que grita pelos seus filhos (animais, vegetais, água, peixes) que padecem nas mãos de quem deveria cuidar (LS 68).
Temos que ter a expertise em olhar na Bíblia o capítulo seguinte (Gn,2,15). Ou seja, Deus nos chama para cultivar e guardar. Cultivar quer dizer trabalhar. Guardar significa proteger (LS 68). Enfim, ter amor pela natureza também.
*Gn: Gênesis; LS: Encíclica Laudato si.
Francisco Moreno é Técnico Ambiental
e voluntário da Global C. Climate Moviment
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