O governo Bolsonaro necessita de um planejamento claro. Perto de completar três meses, o governo só conseguiu gerar polêmicas. Nessa altura do campeonato, o governo FHC apresentava seu tripé econômico e o governo Lula as propostas de combate à desigualdade social.
As principais propostas apresentadas pelo governo Bolsonaro envolvem a reforma da previdência e privatizações, debates extremamente necessários, mas que são propostas do governo passado. É como ter um barco a motor e insistir em usar os remos.
O liberalismo proposto pelo Ministro da Economia Paulo Guedes, sem debates e com pouca clareza, já foi testado na América Latina na década de 90.
Na época, Bill Clinton e Tony Blair comandaram a invasão neoliberal, o que levou os governos locais a venderem empresas estatais. Um movimento que tem prós e contras e que ainda hoje gera discussões efervescentes.
O povo quer saber em qual direção o barco vai seguir, para continuar remando. Falta comunicação sobre quais programas o governo vai utilizar para combater os problemas econômicos. Em um momento em que essas soluções deveriam ser apresentadas, o governo é bombardeado por várias crises e polêmicas – o que evidencia falhas graves de comunicação -, e se concentra para apagar pequenos incêndios.
O começo do governo Bolsonaro está lembrando o final do governo Dilma, onde todos os esforços eram concentrados para minimizar polêmicas. Típico de organizações onde falta planejamento.
É necessário que o governo apresente um planejamento econômico claro, que seja compreendido por todos os brasileiros. Mais do que recuperar a confiança do investidor, é o momento de recuperar a confiança do povo. Os funcionários são uma peça importante de todos os tipos de organização. É necessário, portanto, mantê-los informados sobre os rumos da empresa. Com o país não é diferente.
Fernando Anhê é professor
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