Todo professor de química recomenda aos alunos nunca cheirar ou provar um produto químico, pois pode ser tóxico ou até letal. Entretanto, se alguém lhe oferecer um copo de monóxido de di-hidrogênio para beber você aceitaria? Com este nome nem pensar. Mas se você estiver com sede, pode beber. É água. Líquido essencial à vida.
Embora seja essencial à vida, final da semana passada setores de Araçatuba ficaram sem água nas torneiras. Esta falha no abastecimento não ocorre somente em Araçatuba, outros municípios também têm este mesmo problema. E quando o problema se evidencia, os administradores públicos logo pensam em perfurar mais um poço.
Inúmeras regiões da Terra sofrem com o flagelo da seca. Falta água de superfície. Nestas regiões, a alternativa é perfurar poços. Não é o caso de Araçatuba e demais municípios da Região.
Sacrilégio é o ato de desrespeito àquilo que é tido como sagrado. É um verdadeiro sacrilégio deixar a água passar por baixo das pontes e se perder nas águas salgadas do Oceano Atlântico. Por que buscar água no subsolo, se temos água em abundância na superfície? É aceitável a existência de poços para eventual emergência, mas não explorá-los comercialmente.
Retirar água do subsolo causa problema na superfície? Estudiosos afirmam que o centro da Cidade do México está afundando porque houve abertura de poços de maneira desordenada, causando o rebaixamento do lençol freático. O problema é do México. Não é nosso.
Ibirá é uma cidade de águas medicinais. Algumas de suas fontes não jorram mais água. Dizem que a mina secou, porque o lençol freático baixou. Será que a causa são os poços abertos sem a real necessidade? Os problemas dos outros estão ficando perto de nossa cidade.
A velocidade da retirada da água do subsolo é rápida, pois utiliza-se bombas, deixando oco os reservatórios subterrâneos. Já a reposição, que é feita pela infiltração das águas pluviais, é lenta.
A voçoroca é uma cratera que pode aparecer de um momento para outro. Sem aviso prévio. É a superfície ocupando o oco deixado pela retirada da água.
Benute Santos é economiário
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