É lamentável perceber a deterioração da sociedade: críticas destrutivas, absurdos de comportamento de todos os lados, famílias perdidas no processo autoeducativo e educação dos filhos, liberdades carreando à libertinagem e muita reclamação sem a devida ação e, sobretudo, pessoas maltratando, ignorando e violentando pessoas.
Com os olhos vidrados nas telas brilhantes do celular ou da TV, seres não permitem que o pensamento participe do momento. Apenas observam, sem raciocinar. Recortes de imagens são utilizadas fora do contexto e dão a ele o sentido que desejam em seu ardiloso plano para ferir e apontar feridas, esquecendo-se de que seremos julgados com a mesma medida que julgarmos. Ou seja: usamos nossa régua moral para medir os outros deixando de lado o conceito de que só reconhecemos no outro aquilo que conhecemos e que faz parte do nosso caráter, da nossa personalidade.
Textos não são lidos pois são longos, possuem mais de 20 ou 30 linhas e são “cansativos”. Frases são interpretadas de forma equivocada, instalando-se o caos de comentários sem sentido nas redes sociais.
Livros que deveriam ser alimento para a alma acumulam mofo nas prateleiras e servem de alimento para as traças, que saboreiam um banquete.
Igrejas, templos e centros espíritas estão cheios de cristãos (católicos, evangélicos e espíritas) ajoelhados fisicamente, mas suas almas – cujo orgulho mantém-se entranhado – sequer permitem que o Espírito se “dobre” em obediência ao “perdoai para que Deus vos perdoe” ou ao “tratar as pessoas como gostaria de ser tratado”.
Triste é entender que Jesus estava certo, como sempre, e com a razão quando disse: “Túmulos caiados por fora, mas cheios de podridão por dentro”. E que seria necessário o escândalo porque o ser, dito humano, deveria primeiramente se escandalizar com os desacertos para – quem sabe – acordar, despertar a consciência quando a justiça de Deus o encontrasse. E porque ele provocou o escândalo, deveria tornar-se lúcido de sua responsabilidade como filho de Deus e colaborador no desenvolvimento do Planeta.
Somos o filho pródigo que reivindicou parte da herança e que desperdiçou seus recursos nos prazeres. E que somente enquanto comia junto aos porcos pode perceber o benefício de estar junto ao Pai. Falta amor próprio e, por consequência, amor ao próximo…
Deixemos de ser medíocres! Precisamos urgentemente resgatar a dignidade de ser humano, deixar de reclamar e fazer alguma coisa, porque é trabalhando pelo outro que transformamos a nós mesmos.
Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, aconselha na mensagem Crítica e serviço: “Se muitos companheiros estão vigiando os teus gestos, procurando o ponto fraco para criticarem, outros muitos estão fixando ansiosamente o caminho em que surgirás, conduzindo até eles a migalha do socorro de que necessitam para sobreviver. É impossível não saibas quais deles formam o grupo de trabalho em que Jesus te espera.”
Roberto César dos Santos é gestor de Recursos Humanos, voluntário na Instituição Nosso Lar, em Araçatuba e dirigente na USE (União das Sociedades Espíritas) Regional de Araçatuba. Descreve esta Face Espírita/Ano 11 para publicação exclusiva na Folha da Região
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