Estamos a pouco menos de 24 meses da próxima disputa política em Birigui, e pelos movimentos atuais (“patadas”) entre alguns vereadores e o prefeito, parece que as batistacas já começaram a fincar as primeiras torres para o grande espetáculo de circo, pelas demonstrações recentes em transformarem atos cívicos comuns em qualquer democracia em palhaçada.
Motivo – dois assuntos polêmicos: 1) A falta constante de água em alguns bairros da cidade, e 2) O déficit técnico e financeiro apurado em avaliação atuarial – data base: dezembro/2013, no BiriguiPrev.
O perfil da cidade mudou muito – não é mais aquela província onde todos se conheciam-, desde os avós até os netos. Passamos dos 100 mil habitantes, recebemos cabeças pensantes brilhantes nos últimos anos, e cada vez mais as pessoas acessam as redes sociais em busca de informações que lhe interessam.
Mas, parece que alguns vereadores e o próprio prefeito não se deram conta disso, e em vez de fazerem jus ao salário que lhes pagamos – zelar pela aplicação de cada centavo -, se empavonam e um quer mostrar que tem as “penas” mais bonitas do que o outro.
Será que esse pessoal não entende que não é dono de nada? Que o poder que a população lhe outorgou (olhe bem o verbo – outorgar) e não lhe deu definitivamente, é para fazer o que cada munícipe desejava realizar mas não tem envergadura legal para isso?
Será que esses vereadores e o prefeito tem noção que nem a cadeira em que sentam lhes pertencem?
Retomando as polêmicas da água e do BiriguiPrev, o que o morador que fica sem água durante dias, e o beneficiário do Instituto querem é o problema deles resolvido – e não blá, blá, blá acusatório, cada um tentando jogar a culpa para o administrador que o antecedeu.
A ocasião ideal para ficarem se ofendendo, acusando-se mutuamente é nas disputas eleitorais, por ora nós que lhes pagamos o salário queremos atitude de estadistas – juntos sentem à mesma mesa e coloquem suas inteligências à busca de resoluções não só para hoje, sobretudo para as gerações que virão.
Não é difícil resolver as questões: A discussão e solução sobre a falta de água serão feitas no dia 5 de dezembro, em audiência pública. Vereadores e prefeito devem ouvir os contribuintes, que mais sofrem sem a água diariamente.
Com relação ao Birigui Prev – discussão, troca de farpas e até apelidos indelicados a troco de nada! Os vereadores e o próprio prefeito sabem que em última instância, a questão do parcelamento da dívida atual, em torno de 17 milhões do município para com a instituição será aprovada, se não pelo Legislativo, o será pelo Judiciário. Um ex-prefeito (não vou citar o nome, pois não o merece) conseguiu o tal parcelamento na Justiça.
Por coincidência, o diretor do Departamento Jurídico na época é o mesmo de hoje, e deve ter até o processo pronto, é só mudar os valores e o nome do atual prefeito.
Jogam para a plateia (nós) que estamos nos bastidores trabalhando, produzindo, pois ninguém paga nossas contas, que um é inimigo do outro, mas estão sempre juntos, principalmente nas inaugurações de benfeitorias públicas.
Já passou da hora desses políticos deixarem de ser mesquinhos e se engrandecerem, mostrar que são honestos e, acima de tudo, que têm cognição suficiente para buscar soluções, sem colocarem em situação de ódio, correligionários de ambos os lados. Teve até um blogueiro que chegou a publicar o que cada um levará com a possível transferência do gerenciamento da água a uma empresa privada (esse coitado tá lascado, se não conseguir provar vai ver o sol nascer quadrado).
Sempre fui um crítico ferrenho do ex-prefeito Jorge Maluly Neto, discordava em muito de suas atitudes políticas, mas antes de morrer se redimiu e passou à história como um grande estadista, ao buscar a água no rio Tietê e garantir a entrega do precioso líquido à população para muitas décadas à frente.
Que tal utilizarem o exemplo deste político que nem araçatubense era (nasceu em Fartura e passou a maior parte de sua vida em Mirandópolis), ao invés de ficar com frescurinhas pessoais?
P.S. Após ter escrito este artigo, o prefeito Salmeirão retirou da pauta da Câmara o projeto de transferência do gerenciamento da água para uma empresa privada.
Nalberto Vedovotto é jornalista e bacharel em Direito
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