As interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que normalmente os instrutores de autoescolas investigados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) eram quem oferecia a venda dos exames práticos para os alunos que estavam em processo de habilitação.
A promotora do Gaeco, Flávia de Lima e Marques, explicou que há casos em que o aluno tinha o contato com o instrutor durante as aulas práticas e recebia a oferta, mas há também situações em que o aluno, com dificuldade em passar no exame, perguntava se havia um meio de não ter que fazê-lo e recebia a oferta de compra.
Entretanto, ela explicou que, para que o esquema desse certo, era necessário a participação de um examinador, que é o responsável por aprovar o aluno. “A investigação apontou que tem alguns instrutores e examinadores muito conectados entre eles para que o esquema aconteça periodicamente”, argumentou.
De acordo com ela, é possível que as fraudes estivessem acontecendo em outras cidades da região, já que os examinadores são credenciados por meio de edital do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) para atuar em várias cidades da região, desde Penápolis a Valparaíso.
A promotora informou que não há como afirmar quantas carteiras de habilitação foram vendidas dessa forma. Apesar dos indícios já existentes, as provas que forem obtidas por meio de perícia no material apreendido durante a operação poderá confirmar essas fraudes.
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