A 1.ª Vara de Execuções Criminais de Araçatuba e Anexo do Júri marcou para 5 de dezembro o julgamento de José Emerson de Barros Lins, 21 anos, denunciado por homicídio, estupro, ocultação de cadáver e furto do celular da jovem Paola Cristina Bulgarelli, 20.
A vítima foi morta em 5 de junho de 2015, quando ia para o trabalho em uma lanchonete de uma rede de fast food na avenida Brasília. O corpo ficou desaparecido por uma semana e foi encontrado boiando no ribeirão Baguaçu, próximo ao ponto de captação de água.
O réu conhecia Paola, morava no Alvorada, mesmo bairro que ela, e fugiu após a localização do cadáver. Porém, foi preso dois dias depois em Castilho, na casa do pai dele, e confessou o crime. Ele disse ainda que pegou o celular da vítima para tentar ocultar o assassinato.
Lins será julgado pelo Júri Popular, no Fórum de Araçatuba, em sessão marcada para começar às 9h. O julgamento deve ser um dos mais concorridos do ano, diante da repercussão que o caso provocou. Se condenado, o réu pode pegar até 47 anos de prisão.
CASO
Familiares informaram o desaparecimento de Paola no mesmo dia em que ela saiu para o trabalho e não voltou para casa. A polícia recebeu várias denúncias e chegou a realizar buscas em uma mata próxima ao Baguaçu, mas não localizou o corpo, que foi encontrado por pescadores no início da tarde de 12 de junho, exatamente uma semana após o desaparecimento.
A vítima estava sem a parte de baixo da roupa e vestia o uniforme com um broche de treinadora da empresa da lanchonete, que era a função que ela exercia. Ela trabalhava no local havia um ano e meio.
Após a prisão de Lins, uma irmã de Paola contou que além de ser conhecido de bairro, ele chegou a dizer à vítima que gostava dela, mas não foi correspondido, o que o teria deixado magoado. Ela disse que o perdoou pelo crime.
A prisão do réu aconteceu após denúncia feita à polícia por familiares. Depois da localização do corpo, uma tia de Lins comentou com ele que considerava uma maldade o que fizeram com a garota e ele assumiu a autoria do crime. Disse ainda que a levou para um matagal, a estuprou e depois jogou o corpo no rio.
Após a denúncia, policiais militares saíram em patrulhamento e detiveram um servente de 25 anos que confessou ter comprado de Lins, que morava na rua da casa dele, um celular, mesmo sabendo que pertencia a Paola e que ela tinha sido assassinada pelo acusado. O aparelho estava enterrado em um terreno e foi apreendido.
NÃO QUERIA MORRER
Em depoimento à polícia, Lins revelou que Paola pediu para não ser ferida antes de ser estuprada. Ele contou que a abordou na ponte sobre o ribeirão Baguaçu, que divide os bairros Alvorada e Nova York, e a convidou a entrar em um matagal nas imediações para ver uma cobra sucuri que tinha sido morta e deixada no local.
Durante o trajeto a jovem desconfiou da atitude do réu, que disse que queria manter relação sexual com ela, a pegou pelo pescoço e a derrubou no chão.
Apesar de Paola ter pedido para que Lins não a machucasse, ele manteve relação sexual com ela e depois bateu com um pedaço de madeira na cabeça da vítima duas vezes, causando afundamento de crânio. Ele permaneceu ao lado do corpo por cerca de 30 minutos até decidir jogá-lo na água junto com a calça e a calcinha que ela vestia.
O delegado Paulo Natal, responsável pelo caso, disse que o réu chorou bastante durante o depoimento. Ele falou ainda que após o crime passou a frequentar a igreja, pois ficou tão perturbado e sonhava com Paola vindo atrás dele.
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