Para o candidato a deputado federal Carlos Gabas (PT) somente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá decidir se manterá ou não seu nome na corrida presidencial nas eleições deste ano. Na noite de sexta-feira/madrugada de ontem, a maioria do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se posicionou contrária à candidatura de Lula, com base no entendimento de que ele está enquadrado na Lei da Ficha Limpa. “Nós vamos com Lula até o último recurso. O PT não tem esse direito (de trocar o candidato a presidente)”, comentou Gabas, que inaugurou na manhã de ontem seu comitê de campanha em Araçatuba.
Segundo Gabas, o partido vai discutir a questão no STF (Supremo Tribunal Federal), utilizando o argumento do ministro Edson Fachin – único a votar favorável à candidatura do ex-presidente – que entendeu que não seria possível afastar o posicionamento do Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), que pede que Lula se candidate nas eleições deste ano. De acordo com Gabas, que foi ministro da Previdência de Lula e Dilma Rousseff (PT), a decisão do tribunal é contraditória, pois o TSE sempre respeitou o posicionamento da ONU.
A maioria do tribunal também entende que Lula não pode manter atividades de campanha, como o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, até que sua coligação o substitua em um prazo de 10 dias. Uma das opções do partido pode ser o postulante a vice, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Hadadd. Porém, Gabas explicou que a questão das atividades de campanha também será levada pelo PT à Justiça.
Lula foi condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso conhecido como “tríplex do Guarujá”. Ele está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba.
INAUGURAÇÃO
Sobre a inauguração de seu comitê em Araçatuba, Gabas disse que é fundamental ter um local no município para que as pessoas possam expressar o apoio à sua candidatura. No local, haverá distribuição de panfletos de sua candidatura e de outros postulantes a deputado estadual do partido, bem como orientação da militância.
No entanto, ele afirmou que sua campanha priorizará o “olho no olho” por meio de reuniões nas casas dos eleitores, para discutir os dois projetos para o País que estão em jogo nas eleições deste ano.
O candidato disse que existe um projeto de distribuição de renda e inclusão, que teve início com o governo de Lula, e outro, que atende aos interesses de empresários e especuladores financeiros, que mandou no Brasil por 500 anos e retornou com Michel Temer (MDB), junto com a “miséria” e o “desemprego”.
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