Segundo um levantamento realizado pela Companhia de Estágios, consultoria e assessoria especializada em programas de estágio e trainee, entre os principais objetivos dos estagiários está a obtenção de experiência na área de atuação. A pesquisa “O Perfil do candidato a vagas de estágio em 2018”, que contou com uma amostra de 5.410 participantes de todas as regiões do país, mostra que 66,8% desse universo optou pela modalidade para poder adquirir a experiência profissional necessária para competir no mercado celetista. Inclusive, quando questionados sobre qual a prioridade ao atuar em um programa de estágio, 72,2% afirmam que a oportunidade de aprendizado está no topo da lista.
A estudante de Administração Thalia Sabrina Hilário Vitório, 20 anos, conseguiu no ano passado um estágio no escritório do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), de Araçatuba. Ela conta que entrou no Sebrae em setembro de 2015 como aprendiz, mas o contrato acabou em dezembro de 2016. “Neste mesmo mês, uma estagiária estava saindo pela finalização do contrato. Devido à minha experiência e desenvolvimento na instituição, me apoiaram a entrar na faculdade e então ficar como estagiária”, lembrou.
Thalia conta que o aprendizado, o primeiro contato com a área escolhida, colocando em prática as teorias da faculdade são os principais benefícios do estágio. Ela diz ainda que percebe que há mais facilidade de encontrar vaga de estágio do que de emprego. “Até mesmo pela rotatividade que o estágio tem, assim oferece oportunidade a mais pessoas. Já estou em busca de outra oportunidade e o que mais encontro são vagas de estágio”, conta.
Em agosto, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os últimos dados do mercado de trabalho. Os índices, referentes ao segundo trimestre do ano, revelam que o desemprego atinge, atualmente, cerca de cinco milhões de trabalhadores entre 18 e 24 anos. O número supera o dobro da média nacional, que ficou em 12,4%, enquanto a faixa etária mais jovem tem um percentual de 26,6%. E a situação fica ainda mais preocupante para a população com idade entre 14 e 17 anos, que detém a maior taxa de desemprego, com 42,7%, mais que o triplo da taxa geral.
Segundo os dados da Companhia de Estágios, 48,2% dos candidatos não se sentem prontos para encarar o mercado de trabalho formal por considerarem que ainda falta adquirir conhecimento profissional para isso. Já entre os jovens que participam atualmente de algum programa de aprendizagem, esse índice cai para 32% de estudantes que acreditam não ter experiência suficiente. Em contrapartida, o nível de confiança nesse segundo grupo é maior: 29,8% revela que já se sentem preparados para assumir uma vaga efetiva devido, justamente, à vivência dos estágios anteriores ou atual.
Dados da Companhia de Estágios demonstram que nos últimos anos o histórico do número de vagas abertas foi sempre maior durante a segunda etapa do ano. Desde 2013, o período entre julho e dezembro vem apresentando um crescimento expressivo de, em média, 7,4% em comparação com o primeiro semestre de cada ano.
O estágio é regulamentado pela lei nº 11.788, que existe para assegurar que os jovens não serão encarados apenas como uma mão-de-obra de baixo custo. Por isso há regras que devem ser respeitadas para que o programa não se distancie de seu foco principal. “De acordo com a legislação, a partir dos 16 anos já é possível participar, mas, apesar de grande parte dos integrantes da categoria serem mais jovens, a experiência também é válida em todas as idades, pois o objetivo é único: favorecer a formação e desenvolvimento profissional do estudante e abrir as portas do mundo corporativo” – explica o diretor da recrutadora, Tiago Mavichian.
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