O presidente do Instituto Pedra, Luiz Fernando de Almeida, disse que a audiência pública realizada ontem à noite na Câmara de Araçatuba, a respeito do futuro do Centro Cultural Ferroviário, tinha como objetivo discutir com a sociedade as possibilidades de usos do local, para evitar que a entidade responsável pela recuperação do prédio apresentasse um projeto que fosse alheio ao que a população do município entende ser a destinação ideal para ele. “É um projeto público, para a cidade, que permanecerá”, comentou Almeida.
O evento, que praticamente encheu as galerias do Legislativo, contou com a presença do prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB) e da secretária de Cultura, Tieza Marques de Oliveira, que classificou o Centro Cultural Ferroviário como emblemático para a história da cidade.
Para o chefe do Executivo, a recuperação do espaço é muito importante, pois ele simboliza todo o progresso que a ferrovia trouxe não só para Araçatuba, mas também para a região. “Ainda não temos a cultura de preservação. A gente precisa mudar essa história, e só poderemos mudar com o apoio da sociedade”, falou o tucano.
CARACTERÍSTICAS
Durante a audiência, antes dos participantes apresentarem suas ideias para a destinação do local, o Instituto Pedra apresentou um diagnóstico do edifício para o público. Segundo a entidade, o prédio está relacionado com a formação da cidade, que se inicia a partir do projeto da ferrovia, que inicialmente era um investimento privado e depois foi acampado pela União.
De acordo com o levantamento do Instituto Pedra, o prédio, onde funcionava uma oficina de locomotivas, tem semelhanças com outros edifícios da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, conhecida como NOB. Porém, a reforma realizada em 1995 trouxe algumas mudanças, como a redução da quantidade de vãos, de nove para três.
Esses locais serviam de entrada para as locomotivas que seriam consertadas. Os outros seis vãos foram transformados em janelas. Naquela reforma, também foi colocada uma calha, que acabou atraindo pombos e outras pragas urbanas.
HISTÓRICO
Em 2009, o prédio do Centro Cultural Ferroviário foi interditado por causa do risco de desabamento. O local foi tombado como patrimônio histórico e cultural em 1992 pelo município e pelo órgão estadual Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).
Em 2017, a prefeitura assinou com o Instituto Pedra (organização sem fins lucrativos, que desenvolve projetos no campo do patrimônio cultural) uma carta de anuência para retomar o processo de revitalização do prédio. Os recursos foram captados por meio do ProAC (Programa de Apoio à Cultura). Ronaldo Ruiz Galdino
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