“O Espiritismo não criou a renovação social, pois a maturidade da Humanidade faz dessa renovação uma necessidade. Por seu poder moralizador, por suas tendências progressivas, pela elevação de seus propósitos, pela generalidade das questões que ele abraça, o Espiritismo está, mais que todas as outras doutrinas, apto a secundar o movimento regenerador. Por isso que é contemporâneo. Surgiu no momento em que podia ser útil, pois para ele também os tempos são chegados”. (“A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, editora Feal).
Destaca-se, então, deste esclarecimento contido em “A Gênese”, a quinta obra básica da Codificação, o compromisso do espírita com uma nova ordem social, fundada no direito e no amor. Obviamente, essa transformação dependerá da ação consciente dos bons e, ao lado deles, os espíritas atuando com uma “consciência política” fundamentada nos princípios éticos das Leis Morais de “O Livro dos Espíritos”.
Portanto, não pode o espírita alienar-se da sociedade. Deve agir com conhecimento e amor nessa transformação, em importante momento histórico da civilização humana: “Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade”. (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XX, item 5º).
Observando a ousadia da maldade e a confusão entre bondade e omissão, Allan Kardec indagou aos Espíritos: “Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?”. “Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.” (Questão 932 de “O Livro dos Espíritos”).
A resposta é clara e precisa, não permite dúvidas àqueles que pretendem ser bons. A estrutura social brasileira está precisando de transformações urgentes para coibir a ação dos maus que solapam os bons costumes, que semeiam a miséria, que se utilizam dos instrumentos da corrupção, da fraude e da mentira para atingirem seus objetivos egoísticos e antiéticos.
Momento significativo para a transformação da sociedade é a realização de eleições para os poderes Legislativo e Executivo. Em breve seremos chamados às urnas. O espírita precisa estar consciente da sua responsabilidade agora, seja pleiteando cargos eletivos seja indicando seu representante para assumir esses cargos.
O voto é uma procuração que se passa ao candidato para que – se eleito – ele atue em nosso nome a bem da coletividade. É a maior manifestação de amor e respeito ao povo. Não votar, anular o voto, enfim, omitir-se, são atitudes que caracterizam apoiar as forças do mal: é permitir que os maus sobrepujem os bons.
Para que o espírita – e todo cidadão – tenha critérios de avaliação do candidato, analise a conduta dele como membro de uma família, no exercício da atividade profissional, o interesse e envolvimento dele em ações comunitárias.
Especificamente em relação ao espírita, a ideia é comparar aos princípios contidos em “O Livro dos Espíritos” (3ª Parte, Das Leis Morais): conceitos sobre o bem e o mal, a sociedade, o trabalho, o progresso e a igualdade, justiça e o amor.
Não se deve levar as questões político-partidárias para dentro do Centro ou Instituição Espírita. Estas devem ser debatidas no seio da sociedade. Mas o espírita deve estar consciente e responsável sobre as aplicações dessas questões, visando sempre ao bem comum.
Vote consciente. Vote com amor!
Aylton Paiva é funcionário público aposentado, escritor espírita e dirigente da USE (União das Sociedades Espíritas) Intermunicipal de Lins.
Descreve essa Face Espírita/11 Anos para publicação na Folha da Região.
Comentários sobre esse post