A região de Araçatuba liderou o índice de emprego na indústria com um aumento de cerca de mil postos de trabalho, segundo dados do Ciesp (Centro das Industrias do Estado de São Paulo) divulgados ontem. No comparativo com o mês de junho, o aumento foi de 2,06%.
Conforme o levantamento, no ano, o acumulado é de 3,25%, representando um aumento de aproximadamente 1.550 postos de trabalho.
Porém, nos últimos 12 meses, o acumulado é de -4,5%, representando uma queda de aproximadamente 2,3 mil postos de trabalho.
Os setores que mais influenciaram o aumento no mês de julho foram o de combustíveis (1,92%) e produtos alimentícios (0,29%).
De acordo com o diretor-regional do Ciesp em Araçatuba, Samir Nakad, o aumento no índice de emprego é pontual por causa da safra da cana, o que faz com que muitas usinas contratem nessa época. No entanto, segundo ele, é um setor que provavelmente nos próximos meses não deve seguir com alta. “A gente tem que lutar é pra não cairem os outros postos de trabalho que temos. Esse aumento não significa que está tendo uma melhora geral da indústria”, afirma.
O levantamento do Ciesp mostra resultados positivos em relação ao emprego em 16 regiões do Estado, negativos em 13 e estabilidade em sete. É desde 2012 o mês de julho com mais regionais com saldo positivo de vagas.
Santa Barbara D’Oeste foi a região com o comportamento mais negativo, com redução de 5,51% no nível de emprego, seguida por Bauru (-1,6%) e Presidente Prudente (-1,54%).
Dos 22 setores industriais acompanhados pela pesquisa, 11 contrataram mais do que demitiram, três ficaram estáveis e oito cortaram vagas.
O destaque foi o setor de veículos, com saldo de 1.585 vagas em julho. Em máquinas e equipamentos foram criados 1.311 postos de trabalho, e em produtos diversos, 1.252.
Houve o fechamento de 2.738 vagas em confecção de artigos do vestuário e acessórios, e em produtos alimentícios houve redução de 664 postos de trabalho.
“Não há fato novo que faça prever melhora do emprego até o final do ano”, afirma José Ricardo Roriz, presidente em exercício da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Ciesp. “Nos últimos dez anos, somente em um deles, 2010, houve criação de empregos”, destaca. “Isso é muito ruim, porque a indústria sempre foi a mola propulsora do desenvolvimento de São Paulo. Passar esse longo tempo sem gerar mais empregos, com baixo investimento, é muito preocupante.”
O ritmo abaixo do esperado da recuperação da economia, ao lado da repercussão da greve dos caminhoneiros, ajuda a explicar o menor número de vagas criadas. Há cautela entre os empresários, provocada pela incerteza em relação ao custo do frete rodoviário e à eleição de outubro.
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