Na edição de domingo passado (29), a Folha da Região divulgou reclamações de moradores no bairro Paraíso, em Araçatuba, por causa das instalações do Centro Pop (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua) e de comportamentos preocupantes de pessoas nessa condição social. Dentre as reclamações estavam a falta de policiamento e patrulhamento por parte da Guarda Civil Municipal e eventuais abordagens de frequentadores, intimidando quem mora nas imediações.
De acordo com a dona de casa Maria Alice Tinoco, uma das entrevistadas na reportagem de domingo, a situação no bairro melhorou, quanto ao patrulhamento. Ela contou que, principalmente à noite, tem percebido maior policiamento e ronda na região.
A reportagem voltou ao local na sexta-feira (3) à tarde e encontrou uma viatura e guardas municipais em frente ao Centro Pop. Também havia diversos frequentadores na rua, da mesma forma que a reportagem constatou na semana retrasada, quando a matéria de domingo foi produzida.
Neste novo contato, a Folha também conheceu algumas pessoas que tiveram a vida transformada pelo Centro Pop. Pessoas que antes moravam na rua e hoje têm um emprego. A maioria delas não tem família e alguns lutam para melhorar de vida.
Em três imóveis na rua Junqueira Freire, próximo ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), funcionam o Centro Pop, o abrigo e um espaço para atendimentos e atividades. De acordo com a secretária de Assistência Social Maria Cristina Domingues, o Centro Pop desenvolve diversas ações, como palestras, jogos, oficinas e encontros, a fim de integrar as pessoas que buscam ajuda. A horta é outra ação, em que os frequentadores plantam e colhem diversos tipos de verduras, podendo até levar os alimentos.
Segundo o coordenador do Centro Pop, Cristian Capobianco, 435 pessoas recebem atendimento diariamente no local, em média. A maioria dessas pessoas é de morador de rua ou está em situação de risco. Muitas delas são abordadas na rua por equipes da Secretaria, principalente durante a noite, e convidadas a conhecer o trabalho do Centro Pop.
Diretora do Departamento de Proteção Especial, Maria Regina de Arruda explicou que há uma integração entre o Centro Pop e demais equipamentos da prefeitura, como as unidades do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e CRM (Centro de Referência da Mulher). O coordenador do abrigo que funciona ao lado do Centro Pop, Abel Andrade, contou que a permanência máxima no acolhimento é de seis meses, mas muitas pessoas ficam menos tempo.
Como há poucas vagas no abrigo, o Centro Pop faz parcerias com entidades assistenciais e o albergue noturno. Segundo ele, nem sempre quem frequenta o serviço é acolhido no abrigo. Também é desenvolvido um trabalho para tentar reaproximar as pessoas das famílias. “Em muitos casos, as pessoas não têm parentes ou não querem essa reaproximação, porém podem construir uma nova vida”, afirma Capobianco.
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