Com influências do Gothic metal, um subgênero do bom e velho heavy metal e do metal sinfônico, a banda Living Shields, de Araçatuba, acaba de lançar o vídeo clipe da música autoral “Painful Fate”, do álbum “Delirium”, lançado em 2014, de quem recebeu avaliações de críticos internacionais.
Lançado agora, em 2018, o clipe foi produzido de forma totalmente independente, sem apoio algum, foi idealizado pela própria banda que montou roteiro, fotografia, figurino e performance. A ideia era conseguir transmitir a mensagem e unir um baixo custo com uma qualidade profissional. Segundo o guitarrista, Daniel Constuchenko, a banda estava tentando deixar de ser amadora e começou a buscar a profissionalização, assim surgiu o interesse e a necessidade de gravarem um vídeo clipe, mas também, eles têm o intuito de levar o estilo musical e o nome da cidade para patamares mais altos.
Ao lançarem nas plataformas digitais, como o Youtube, perceberam que em três dias tinham mais de mil visualizações no vídeo, rendendo convites de gravadoras e estúdios de São Paulo, para produzirem os futuros trabalhos da banda. “A recepção foi algo inacreditável. Em pouco tempo, a banda conseguiu mais de mil visualizações no vídeo em seu canal, sem qualquer tipo de patrocínio, isso para uma banda de metal autoral é uma conquista. Foram inúmeros compartilhamentos, comentários e curtidas”, lembra Daniel.
A música do clipe faz parte do álbum “Delirium”, de 2014, com canções totalmente autorais e de forma independente, onde também não tiveram apoio nenhum. Para eles, a oportunidade de poder gravar e produzir músicas autorais é indescritível. “O Delirum mostrou a banda ao mundo. Mostrar nosso trabalho, nossa essência, poder levar nossa mensagem, compartilhar sentimentos, realmente é incrível”, conta Daniel, que lembra o esforço da banda em conseguir viabilizar o EP. “O lançamento de um material autoral de qualidade é o primeiro passo para que uma banda consiga se destacar no meio do tão deteriorado mercado fonográfico brasileiro”
O repertório foi escolhido de forma crítica pelo grupo, pois queriam mostrar o melhor do que a banda tinha a oferecer naquele momento. A proposta era tocar os sentimentos do público, mas que também mostrasse a qualidade musical e a versatilidade da banda.
O álbum atravessou o oceano, recebendo avaliações e críticas. Em Portugal, o site especializado em heavy metal, o Metal Imperium considerou a obra como uma revelação do metal brasileiro. Mas a primeira crítica mesmo veio do Reino Unido, do site “Black Phoenix Rising”, que analisou faixa por faixa, tendo considerações muito positivas para a banda.
“Ter o seu trabalho reconhecido é gratificante, porém, internacionalmente é surpreendente. A sensação foi de êxtase total, não acreditávamos que chegaríamos tão longe com o primeiro trabalho”, declara.
Além das avaliações, as canções também foram tocadas nos Estados Unidos e hoje, a banda tem fãs em vários países, como em Israel, Alemanha, Colômbia, Canadá, Costa Rica, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Portugal e até no Japão e na China. O público internacional acompanha pelas plataformas digitais e pelas redes sociais.
“Ver nosso trabalho chegando tão longe é sensacional e traz uma sensação de trabalho bem feito e dever cumprido. Também tocamos em rádios do Reino Unido, EUA e diversos países, porém, infelizmente, não tocamos em nossa cidade”, lamenta Daniel.
A banda é uma das únicas de heavy metal de Araçatuba e relata que há uma falta de interesse pelo gênero por parte da população. “Quase não temos espaço para shows aqui e nenhum espaço em grandes eventos e nas mídias. Muitas pessoas daqui não nos conhecem e quando ouvem, ficam surpresas por sermos de Araçatuba.
A cidade tem uma cena Rock/Metal muito grande que é mantida por verdadeiros guerreiros que propiciam uma alternativa de lazer às pessoas que não se identificam com a música popular atual. O público é maior do que se imaginam, porém, muito pouco lembrado e valorizado. Com o metal é tudo muito pior, quase não se tem espaço, inclusive para shows. Tocamos mais na região do que em Araçatuba.”
A banda foi fundada em 2009, por Daniel, que é guitarrista e compositor, como fruto de um sonho da juventude. Ele chamou sua noiva para ser a vocalista, que já cantava e gostava do estilo. No começo, tocavam músicas de bandas que gostavam, mas começou a surgir a vontade de fazer algo autoral, onde surgiram as primeiras composições.
Eles trabalharam para realizar o sonho de ter as próprias composições, trocando experiências com músicos que também tinham essa vontade e conseguiram formar um time.
“Tivemos grandes momentos, tocamos em grandes palcos com grandes artistas, também tivemos grandes decepções e vontade de desistir. Mas a fé na música e em nosso trabalho é maior que qualquer obstáculo. Hoje, podemos colher alguns frutos e temos grandes expectativas para nosso trabalho”
Apesar de ter acabado de finalizar o clipe, a banda, a partir de agora, começa a trabalhar na pré-produção do próximo álbum. Eles já acertaram os detalhes com o produtor, e contam que o álbum terá oito faixas inéditas. “O público pode esperar uma banda mais amadurecida em todos os sentidos, músicas modernas, composições marcantes, sem fugir das nossas características. Será um álbum intimista, sem cópias ou rótulos, com músicas feitas com a intenção de tocar as pessoas”, conclui Daniel.
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