A década de 1960 foi de muitas tensões geopolíticas, com vários protestos ao redor do mundo, assassinatos marcantes, como do famoso ativista político, Martin Luther King, em 1968, entre outros acontecimentos marcantes. Apesar de inúmeras angústias diante desse cenário, os anos 60 também foram importantes para o mundo da música.
Era dos festivais
Era justamente nesse época que aconteciam os festival nos canais de televisão. Estas competição musicais, onde surgiram grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Edu Lobo, Gal Costa, Nara Leão, entre outros, fizeram muito sucesso. Os cantores, que até então eram iniciantes, apresentavam músicas inéditas aos jurados, que escolhiam a classificação. O evento era realizado em teatros, onde o público participava fielmente, com suas vaias e aplausos.
Em 1967, aconteceu a terceira edição do “Festival de Música Popular Brasileira”, da TV Record, que muitos consideram como um marco do início do movimento Tropicália, encabeçado por Gil e Caetano. Nesse festival, a música que ganhou em primeiro lugar foi “Ponteio”, de Edu Lobo e José Carlos Capinam, interpretado por Lobo e Marília Medalha. O segundo lugar ficou com a canção “Domingo no Parque”, de Gilberto Gil, apresentada juntamente com Os Mutantes, seguida da música “Roda Viva”, na voz de Chico Buarque e do grupo MPB 4. O quarto lugar foi de Caetano Veloso com “Alegria, Alegria”.
Um dos pontos altos da edição, foi quando o cantor Sérgio Ricardo quebrou seu violão no palco, pois ficou revoltado com as vaias que o impediam de cantar.
Já em 1968, dois festivais tiveram uma atuação notória do público, o da TV Record e o FIC (Festival Internacional da Canção), da Rede Globo. O cantor Tom Zé levou o primeiro lugar do “Festival de Música Popular Brasileira”, com a música “São, São Paulo Meu Amor”, de autoria própria. Em segundo lugar ficou ” Memórias de Marta Saré”, disputada por Edu Lobo, seguida de “Divino Maravilhoso”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, interpretada por Gal Costa.
Já o FIC, em 1968, deu o primeiro lugar para Cynara e Cybele, com “Sabiá”, de Chico Buarque e Tom Jobim. A música “Pra Não Dizer que Não Falei de Flores”, de Geraldo Vandré, que ficou conhecida como o hino do Regime Militar no Brasil (1964-1985), acabou levando o segundo lugar no festival da Rede Globo.
Segundo o historiador e professor universitário, Carlos Eduardo Marotta Peters, a era dos festivais foi fundamental para trazer à tona grandes nomes do que seria a MPB e permitiu que o experimentalismo dos Mutantes desabrochasse, além de ter sido palco das maiores disputas estéticas e ideológicas da música.
Revolução musical
A música brasileira tem dois grandes momentos que mudaram o cenário musical do país e também o jeito de fazer música no Brasil, segundo especialistas. A primeira foi nos anos 30, na famosa “Era do Rádio”, que terminou no começo dos anos 60. Nela surgiram nomes como Noel Rosa, Lamartine Babo, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Ismael Silva, Braguinha, entre outros.

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