De 20 a 27, o projeto Cosmos, que foi idealizado pelo Inape (Instituto Araçatubense de Pesquisas Espaciais) e realizado pelo Sesc Birigui, promove uma reflexão sobre a condição humana na Terra e no universo, a partir de uma abordagem focada na astronomia e na ufologia.
A primeira palestra será com o astrônomo e professor Emerson Roberto Perez, no dia 23, que a partir das observações telescópicas realizadas por Galileu Galilei, em 1609, debate sobre os modelos de Mundo Geocêntrico e Heliocêntrico que ganhou novas provas, aquecendo as discussões sobre onde realmente fica o centro do Universo.
Emerson é graduado em Física e já trabalhou em vários Planetários e Observatórios pelo Brasil, como o Planetário do Ibirapuera, em São Paulo, e o Complexo Astronômico de Presidente Prudente. Atualmente é o responsável técnico pelo MAAS (Museu Aberto de Astronomia), que também integra o Parque Pico das Cabras Natureza e Ciências, localizado em Joaquim Egídio (Campinas/SP).
Em entrevista à Folha da Região, por e-mail, o professor explica um pouco sobre as teorias que envolvem o universo, contando também um pouco da sua experiência como astrônomo e responsável do Museu Aberto de Astronomia.
O que diz a teoria do mundo Geocêntrico?
Esta ideia de modelo de mundo é atribuída a Ptolomeu no Século II da era comum, apesar de ser um modelo muito mais antigo, este modelo coloca a Terra no centro do Universo com tudo o que existe girando em torno de nós. Uma Terra sem movimento de rotação e nem de translação, ou seja, totalmente imóvel.
E a do Heliocêntrico?
Já o Heliocentrismo remonta do início do Século XVII é atribuído a Nicolau Copérnico. Este modelo coloca o Sol no centro do Universo e já inclui a Terra no seu devido lugar na terceira órbita no Sistema Solar. Sabemos que este modelo ganhou força exatamente após as observações de Galileu Galilei, entre os anos de 1609 e 1610, onde apoiou o modelo heliocêntrico. Hoje sabemos que o Sol é apenas o centro do Sistema Solar e não do Universo todo.
Qual a diferença entre as duas?
A diferença é exatamente o que se colocava no centro do Universo. No Geocentrismo era a Terra que assumia essa posição e no Heliocentrismo, o Sol. Ambos estavam errados quanto ao centro, mas o Heliocentrismo dá forma ao Sistema Solar de maneira correta com o Sol no centro e os planetas orbitando a nossa estrela.
Como foi realizar as pesquisas sobre os estudos de Galileu Galilei?
Estudar as descobertas de Galileu é algo incrível, pois com um telescópio muito rudimentar ele conseguiu realizar observações do céu jamais imaginadas na época e com isto pode perceber e observar novos corpos celestes como algumas luas do planeta Júpiter que não são visíveis a olho nu e não se conheciam esses objetos até as observações de Galileu. Ele também descobriu as crateras da Lua, as fases do planeta Vênus e manchas na superfície Solar. Tudo isto contribuiu para a discussão entre os modelos geocêntrico e heliocêntrico e como vimos, o heliocêntrico ganhou força com essas descobertas e se tornou irrefutável que a Terra não poderia ser o centro do Universo.
O que Galileu diz sobre o universo?
A visão de Galileu após suas observações telescópicas deram a ele uma visão muito mais ampla do Universo do que se imaginava na época. Ele descobriu uma infinidade de novas estrelas na faixa da Via Láctea ampliando em muito a visão mais detalhada da época sobre esses objetos celestes. Com isso, nossa Galáxia ganhou um tamanho mais considerável e essa descoberta abriu portas para novos astrônomos da época também realizarem observações do céu e começarem a entender melhor o céu que nos envolve. O próprio Galileu se surpreendeu com suas descobertas e passou a ver o mundo de forma ampla e teve certeza de que a Terra não era o centro do Universo.
Afinal, onde fica o centro do universo?
Esta é uma pergunta que tem uma resposta dual. O centro pode ser onde estamos agora e também pode ser qualquer parte do Universo. Nosso Universo está em expansão constante e criando seu próprio espaço físico, isso torna o Universo dinâmico e extremamente complexo para entendermos completamente todo seu esplendor. A Cosmologia busca a resposta exata para esta pergunta, mas ainda não a temos. Quem sabe num futuro não tão distante a encontremos!

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