Três índios pataxós de uma das maiores aldeias do Brasil, localizada no sul da Bahia, que estão em Araçatuba participando da Exposição Agropecuária “prometeram” que vai chover na região até terça-feira (17). Eles chegaram na sexta-feira (6), para vender artesanato e ficam até amanhã, quando a feira encerra. Os trabalhos estão expostos no barracão da prefeitura, próximo à entrada principal da Expô.
O trio de primos fez a dança da chuva no último domingo a pedido dos visitantes da feira. Segundo Ariporan, Airi e Pacari, a chuva só deve chegar depois do fim da Expô porque o evento e eles dependem do sol para não espantar o público. “A gente depende do sol pra trabalhar e expor nossos produtos, então a chuva só vem quando a gente for embora”, explicam. A estiagem já dura 102 dias, segundo a Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Ilha Solteira.
Todos estão hospedados na Assindar (Associação Indigenista de Araçatuba e Região), que fica na rua 15 de Novembro. Quem está auxiliando os indígenas baianos em Araçatuba é o cacique Ronaldo, da aldeia Icatu, de Braúna. Ronaldo contou que faz parte da cultura indígena ajudar e receber colegas de outras cidades que passam pela região.
Dentre os produtos expostos estão colheres, tábuas e cocares, todos feitos à mão. Os preços variam de R$ 5 a R$ 300. Segundo eles, o que dá mais trabalho para fazer é o cocar, o item mais caro exposto, pois demora cerca de um dia. São usadas penas de pato e galinha para dar o toque final no acessório. O item mais rápido é a colher de madeira, que demora três horas.
Ariporan contou que eles dançam e usam acessórios típicos para chamar atenção dos visitantes. “Assim, a gente consegue atrair as pessoas para conhecer nossa cultura e nossos produtos. As pessoas ficam curiosas e perguntam sobre a nossa alimentação e também como a gente faz os produtos. É tudo manual mesmo. É artesanato”, completou.
A aldeia onde os primos moram chama Coroa Vermelha e fica em Santa Cruz Cabrália. É uma das maiores e mais antigas do Brasil. Cerca de seis mil índios vivem na região, que recebe milhares de turistas todas as semanas. Na aldeia é falado o dialeto patxohã, que significa língua do guerreiro pataxó.
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