A escritora e poetisa Sylvia Plath foi a inspiração para a música “The Bell Jar” da Banda Atalhos, que lançou um clipe gravado em Nova York, entre janeiro e fevereiro de 2018. O título da canção é o mesmo de um livro escrito por Sylvia, em 1963, e assinado pela sua pseudônimo Victoria Lucas.
A ideia de fazer uma música inspirada em Plath surgiu quando o vocalista da banda, Gabriel Soares, leu o livro de 1963. The Bell Jar ou A Redoma de Vidro, em português, é o único romance da escritora. Ele conta que a narrativa em primeira pessoa do livro tem um atmosfera que o deixou impactado, “o livro tem uma coisa muito única que é a loucura racionalizada, ou seja, a personagem vai piorando e enlouquecendo, mas não é aquele tipo de loucura caricata, não.
É uma loucura que faz todo o sentido e, no final das contas, você dá razão a Esther Greenwood, a protagonista. O livro é uma espécie de autobiografia da própria Sylvia. Ela enfrentou com muita coragem a sua difícil condição, enfrentou até quando se tornou, de fato, impossível continuar. Ela é uma inspiração por causa da sua enorme força e coragem.”
Narrativa
A canção não só carrega o título da escritora, mas a música e o clipe tratam da solidão de uma pessoa que sobrevive à dor do suicídio do seu amado, se vendo obrigada a seguir uma vida sozinha. Uma espécie de metáfora dolorosa em relação ao suicídio da escritora.
Na narrativa do clipe, a banda retrata isso com personagem solitário vagando pelas ruas de Nova York, especialmente pelo bairro de Chinatown. “O clipe deixa claro a impotência da pessoa em ajudar a cessar a angústia do amado que sofre de depressão. É um ponto de partida bem sutil e que depende muito da ligação com o livro da Sylvia, que se passa também em NY e da letra da música”, explica Gabriel.
O objetivo de fazer as filmagens em Nova York, começou de forma despretensiosa, quando Gabriel estava com seu irmão na cidade, no começo desse ano. Ele estava assistindo um show da banda Destroyer e ao ouvir a música “Chinatown”, teve a ideia de fazer um clipe andando por Chinatown, “Eu imaginei fazer uma filmagem evocando a letra da música que diz: “I can walk away, you can walk away in Chinatown…” E como tínhamos levado nossa câmera Black Magic, aproveitamos pra sair filmando nos dias seguintes”, conta Soares.
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