A Folha da Região ouviu quatro lideranças político-partidárias de Araçatuba, com pontos de vista e ideologias diferentes, para comentarem a greve dos caminhoneiros.
PSDB
Para o presidente do PSDB em Araçatuba, Deocleciano Borella, a reivindicação dos caminhoneiros é justa, pois o combustível é o item de maior peso na atividade deles e não é correto aumentar seu preço todos os dias. “Não podemos pagar pela lambança que foi feita na Petrobras nos últimos anos”, afirmou Borella.
Por outro lado, o tucano comentou que espera que a situação seja resolvida logo, pois a população já está sendo prejudicada, uma vez que o Brasil parou. Ele cita como exemplo a Prefeitura de Araçatuba, que está tendo que economizar combustível, mantendo apenas veículos da saúde em funcionamento. “Mesmo com essa medida, temos combustível só para mais oito dias”, afirmou Borella, que é chefe de gabinete da administração municipal.
PT
Para o ex-presidente do PT em Araçatuba, Fernando Zar, existe a dúvida sobre quem está por trás da paralisação e bloqueio dos caminhoneiros. “Serão os trabalhadores ou os patrões? A quem interessa o caos?”, afirmou o petista. De acordo com ele, a maior parte dos caminhões que estão parados não pertencem aos caminhoneiros, mas, sim, aos donos de transportadoras.
Zar afirmou que o que o presidente Michel Temer (MDB) e os parlamentares querem é que não ocorram eleições neste ano, com o objetivo de não perderem foro privilegiado e acabarem condenados pela Justiça. “Alguns caminhoneiros estão pedindo intervenção militar e o governo já anunciou que vai usar o exército”, comentou Zar.
NOVO
O coordenador do Partido Novo em Araçatuba, Guilherme Coelho Penteado Filho, disse que concorda com o ponto de vista do pré-candidato a presidente de sua sigla, João Amoêdo. O presidenciável acredita que os problemas vieram de erros estruturais, que não têm solução fácil a curto prazo, como o uso da Petrobras para controlar preços e nomeações políticas e que continua sendo utilizada pelo governo para resolver os seus próprios erros.
Conforme Amoêdo, a solução é cortar gastos para permitir a redução de impostos em todos os setores e privatizar a estatal, para aumentar a concorrência e, dessa forma, ter melhores preços. Isso atrairá investimentos em novos meios de transporte e fontes de energia. Sobre a manifestação dos caminhoneiros, Amoêdo disse que a luta tem que ser contra o governo e não contra o povo brasileiro.
REDE
A porta-voz da Rede em Araçatuba, Fernanda Luise, disse que a manifestação dos caminhoneiros é legítima, pois o brasileiro está cansado de sofrer com as variações diárias do preço dos combustíveis. “O governo tem condições de prever certas crises e não tem se antecipado aos problemas como deveria. A atual política de preços da Petrobras não é condizente com a realidade brasileira em contexto de crise econômica”, assinalou Fernanda.
Ela disse que o presidente deveria ter se antecipado para evitar que a greve dos caminhoneiros tomasse as proporções que atinge o atual momento, afetando o transporte de produtos, a distribuição de alimentos e combustíveis. “Importante dizer que Marina Silva defendeu recentemente o projeto que estabelece um teto para o valor do ICMS (Imposto Cobrado sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).
Comentários sobre esse post