O governo federal divulgou durante a semana que reduziu a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de quase 3% para 2,5% em 2018. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País. De acordo com o economista Marco Aurélio Barbosa, de Araçatuba, embora haja a redução na expectativa, o PIB deste ano está em patamar melhor que o de 2017, que ficou em 1% positivo.
Conforme diz, entre os fatores que podem explicar a redução na expectativa de crescimento estão a definição dos candidatos à Presidência da República, e a eleção propriamente dita, além da taxa de juros dos Estados Unidos, cuja expectativa dos mercados é de que seja elevada.
“Essas duas forças, internas e externa, ajudam-nos a entender o que acontece com o mercado. Com isso, ficam as incertezas que contaminam o mercado e prejudicam o consumo”, afirma Barbosa. Segundo ele, não existem medidas de curto prazo para melhorar essa perspectiva.
“O jeito é esperar, pelo menos como vai ficar o cenário interno, ou seja, as eleições. Talvez quando esse cenário estiver definido, as campanhas começarem, é possível que haja melhora na nossa economia. Para quem não entende muito, a dica que a gente dá é acompanhar a cotação do câmbio. Nos últimos dias, o dólar tem subido bastante, valorizando-se em relação ao real. Esse é um indício de que a economia não vai bem”.
Outra evidência foi divulgada na semana passada, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa de juros Selic em 6,5% ao ano. “Foi uma medida muito prudente, porque a Selic estava em uma sequência de quedas consecutivas. Os analistas esperavam que ela fosse reduzida a 6,25%, mas o percentual foi mantido”, afirmou.
De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março, o nível mais baixo até então. Quanto menores os juros básicos, menores são os custos do crédito com incentivos para a produção e o consumo.
SETORES
De acordo com a FGV (Fundação Getulio Vargas), na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, houve crescimentode 1,8% na indústria e de 1,3% nos serviços. A agropecuária registrou queda de 5,2%. Os segmentos industriais que puxaram a alta do PIB foram a indústria da transformação (com avanço de 4,6%) e eletricidade (0,4%). A indústria extrativa mineral teve queda de 1,6% e a construção recuou 2,5%.
No setor de serviços, a alta foi influenciada pelo comércio (4,8%), transporte (1,3%), serviços imobiliários (2,9%), intermediação financeira (0,4%), outros serviços (0,3%) e administração pública (0,1%). A única queda foi observada nos serviços de informação (-3,3%).
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