Um servidor da Prefeitura de Araçatuba está sendo investigados pelo Ministério Público por desvio de sepulturas no cemitério da Saudade. De acordo com o inquérito da Promotoria, ele recebeu quase R$ 7 mil para trocar de túmulo os restos mortais de um casal, a pedido dos filhos.
Esse servidor também é suspeito de recebido R$ 110 referentes a uma taxa de sepultamento, mas o valor não foi lançado nos registros do cemitério da Saudade. Os dois casos foram apurados por sindicância da Prefeitura e repassados ao MP. A Prefeitura ainda investiga se houve mais situações desse tipo.
No caso da mudança de sepultura, dois decretos municipais proíbem a transferência de perpetuidade e a utilização de terrenos nos cemitérios para fins de trocas de restos mortais. Essa situação só foi descoberta porque um morador de Araçatuba foi visitar o túmulo dos pais no Dia de Finados em 2017, mas não encontrou a sepultura.
Ele sabia que os dois irmãos dele tinham negociado a troca de túmulos, mas quando chegou ao cemitério, descobriu que os pais continuavam enterrados no mesmo lugar. A nova sepultura teria sido doada pelo dono de um espaço no cemitério da Saudade, que atualmente estaria morando em Portugal. Essa transferência, segundo a Prefeitura, não poderia ter acontecido.
Um dos irmãos, que negociou essa troca, mas não sabia que isso era proibido, questionou a localização dos pais no Atende Fácil.
A prefeitura instaurou procedimento interno para apurar o que aconteceu e chegou à conclusão que não existe um controle efetivo sobre as concessões nem de quem está enterrado no cemitério da Saudade. A situação, segundo o relatório da Prefeitura, deve ser a mesma no cemitério Recanto de Paz, no bairro Rosele.
Por causa disso, a Prefeitura decidiu fazer um levantamento da situação da titularidade dos terrenos concedidos e das pessoas enterradas nos dois cemitérios públicos de Araçatuba.
Sobre o problema com a taxa de sepultamento apurado em inquérito do MP, a Prefeitura relatou que um morador não sabia porque constava um débito em nome dele, mesmo o valor tendo sido pago. A taxa era referente à morte da esposa desse morador, ocorrida em 2016. As duas sindicâncias foram assinadas pelo corregedor do município, Jaime Gardenal Junior. O servidor, segundo a sindicância, não é mais funcionário do cemitério e atua na Secretaria de Turismo.
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