A Santa Casa de Araçatuba é oficialmente referência regional para tratamento de câncer pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Em 16 de abril, o hospital assinou o protocolo de adesão à Rede Hebe Camargo, criada em 2013 pelo governo paulista para aumentar e regionalizar o tratamento no Estado, garantindo acesso rápido e de qualidade aos pacientes. E nesta semana começou a primeira capacitação em oncologia que trata dos protocolos de acesso à rede.
O programa é unidade oncológica dentro da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), que direciona os pacientes diagnosticados com câncer aos hospitais de referência no Estado. No caso da Santa Casa de Araçatuba, é referência para atendimento nos 40 municípios da DRS (Diretoria Regional de Saúde), com população estimada de 755 mil habitantes.
O CTO (Centro de Tratamento de Oncologia) do hospital foi implantado em meados da década de 1980, por iniciativa do Conselho Municipal de Saúde. A unidade oferece os serviços de oncologia clínica, hematologia, oncopediatria e radioterapia. Na área cirúrgica, existem as especialidades de cirurgias de câncer de cabeça e pescoço, dermatoplástica (pele e mama, sem reconstituição), do aparelho digestivo, urologia e cirurgia geral. Não pactuados pelo SUS estão os serviços de ortopedia, oftalmologia e cirurgia plástica de reconstrução da mama.
O diretor-clínico da Santa Casa Sérgio Smolentzov explica que a criação dessa rede foi importante para controlar o fluxo de pacientes e otimizar os recursos. “Se o Estado tiver que investir, vai investir na referência”, argumenta.
Até então, o atendimento era por livre demanda, ou seja, a pessoa que suspeitava ou com diagnóstico positivo da doença procurava o hospital de interesse para atendimento. Agora, caberá ao município ou Estado fazer o encaminhamento. “Com isso, cria-se uma agenda ética e privilegia a necessidade de atendimento. Além disso, vai evitar que doentes fiquem perdidos. É um benefício para a população”, explica o médico.
Smolentzov comenta que “antes da criação da Rede Hebe Camargo, alguns hospitais em microrregiões, como Barretos, que não têm condições de atender todo mundo, tiveram grandes investimentos, enquanto hospitais de outras regiões que também oferecem o serviço ficaram desprivilegiados de recursos”.
ATENDIMENTO
O diretor-clínico do hospital informa que – num primeiro momento – a integração da Santa Casa à rede provocou queda na demanda, pois os municípios precisam se preparar para fazer o diagnóstico da doença e providenciar o encaminhamento do paciente. Entretanto, ele afirma que a demanda vai crescer a médio e longo prazo.
Por isso, será necessário investimento, pois a instituição já trabalhava no limite de atendimento.
Em março, foram atendidos 756 pacientes em tratamento de quimioterapia e hormonioterapia. No caso de radioterapia, em média são atendidos 120 pacientes ao mês. O hospital não informou o número de cirurgias e pessoas que fazem diagnóstico.
Para aumentar a oferta de serviço, a Santa Casa está em tratativas com o governo do Estado para aquisição de mais um acelerador linear. O aparelho é utilizado em sessões de radioterapia, tratamento necessário para destruir ou impedir que as células de um tumor aumentem.
O equipamento instalado no hospital foi doado em 2008 à Central de Radioterapia da Santa Casa pelo governo do Estado por meio da Fosp (Fundação Oncocentro de São Paulo) e do DRS. O Inca (Instituto Nacional de Câncer), órgão do governo federal, repassou o aparelho ao governo paulista. Outro projeto é expandir o CTO, ocupando o piso superior do prédio onde o atendimento é prestado.
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