A greve dos caminhoneiros iniciada no dia 21, em todo o Brasil, começa a refletir na região devido à falta de combustível em alguns postos. O movimento é justamente devido ao alto preço do diesel, derivado do petróleo, além de pedágios.
Desde ontem, pelo menos dois postos de Mirandópolis estavam sem combustíveis. Em um deles, até à tarde não havia gasolina nem etanol, mas no começo da noite um carregamento do derivado de cana-de-açúcar foi entregue. Em outro, não havia nenhum dos dois combustíveis.
De acordo com informações apuradas pela Folha da Região, em Mirandópolis o combustível é adquirido de uma distribuidora de Presidente Prudente. A reportagem conversou com representantes de postos da região e confirmou falta de etanol em um estabelecimento na cidade de Castilho e outro em Andradina. Alguns proprietários que ainda tinham os produtos sinalizaram que pode haver desabastecimento nos próximos dias.
O diretor regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo) de Araçatuba, Júlio Castilho, disse que faltará combustível na região, especialmente a partir de distribuidoras sem base local. Apenas a Shell, por meio da Raízen, tem base em Araçatuba. Ipiranga e BR (Petrobras) possuem bases em Presidente Prudente e São José do Rio Preto.
A Folha da Região recebeu fotos de dois postos em Mirandópolis: um onde houve falta de combustível e outro no qual ainda tinha gasolina e etanol para venda. A média de preços na cidade é de R$ 4,53 para a gasolina e R$ 2,74 para o etanol.
Entre Mirandópolis e Guaraçaí, um posto à margem da rodovia Marechal Rondon (SP-300) serviu de ponto de encontro de caminhoneiros em greve. Os manifestantes ocuparam – em fila – parte da pista, formando aglomeração na rodovia. No entanto, não houve tumulto, segundo a Polícia Rodoviária.
Em Araçatuba, a concentração de caminhoneiros também foi na Rondon, em um posto ao lado da base da Polícia Rodoviária, sentido a Birigui. Os manifestantes estão no local desde segunda-feira (21) e até ontem não chegaram a ocupar a pista. Eles permaneceram no pátio convidando outros motoristas a participarem da paralisação.
A reportagem procurou as assessorias da Raízen, Ipiranga e BR para saber sobre o desabastecimento não só na região, mas em todo o Brasil. Apenas a Ipiranga se manifestou, informando “que está atenta às manifestações e está atuando para que o abastecimento nas regiões afetadas seja normalizado o quanto antes”.
A Plural (Associação Nacional dos Distribuidores de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência) enviou nota informando que “está atenta às manifestações e apoia as autoridades para mitigar eventuais transtornos à sociedade”. Citou ainda que “acionou um Comitê de Gerenciamento de Crises para coordenar as ações em torno desta situação e informar ao mercado e ao Governo sobre a evolução do cenário”.
E que pediu apoio à Casa Civil da Presidência da República, à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e aos ministérios dos Transportes e da Segurança Pública para que seja garantida a livre circulação dos caminhões de distribuição de combustíveis e lubrificantes.
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