Um grupo de caminhoneiros autônomos de Araçatuba aderiu ontem (21) à paralisação nacional da categoria contra o aumento do diesel. Alguns deles permaneceram desde cedo até à noite em um posto de combustíveis na rodovia Marechal Rondon (SP-300) com faixas e cartazes apoiando a greve. Pelo menos até o fechamento desta edição não havia a expectativa de interdição de rodovias da região.
De acordo com o caminhoneiro Fabiano Giacomelli, que transporta diversos tipos de carga, o problema que mais afeta a categoria é o preço do diesel, além dos pedágios. O caminhoneiro Lucas Valereto transporta celulose de Três Lagoas (MS) até Santos. Ele contou à Folha da Região que cobra cerca de R$ 2,1 mil, mas em todo o trajeto gasta R$ 890 de pedágios e R$ 3 mil de diesel. “Não tem quem aguenta, não sobra nada e ainda tem a manutenção do caminhão. Eles cobram pedágio mesmo quando a gente tá vazio e com os eixos suspensos”, afirma.
Os caminhoneiros aprovaram a paralisação nacional, em assembleia, reunindo 120 sindicatos e a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos). A entidade informa que responde por 1 milhão de caminhoneiros em todo o País. As queixas sobre a cobrança de pedágio se referem principalmente às rodovias estaduais no Paraná, em São Paulo e no Mato Grosso.
Os profissionais pedem ainda a criação de um subsídio ou a redução da carga tributária, PIS/Cofins (Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que custa 13% sobre o valor do diesel e ICMS, mais 16%. Somados representam mais de 50% do custo do frete praticado.
De acordo com o presidente do Sindicato Regional dos Caminhoneiros de Araçatuba, Sérgio Balsalobre, a entidade estava apenas dando apoio à categoria ontem, já que a paralisação tinha sido aprovada pela CNTA. Balsalobre afirmou que, embora nada estivesse confirmado, é possível que hoje os caminhoneiros devem ir às rodovias da região protestar.
Conforme a ABCam (Associação Brasileira de Caminhoneiros), em nota, os aumentos constantes dos preços nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornaram a situação insustentável para o transportador autônomo. “Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis realizada pela Petrobras, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios”, afirma.
FOGO
Um empresário de 43 anos foi preso ontem (21) de manhã, na rodovia Elyeser Montenegro Magalhães (SP-463), em Araçatuba, depois de colocar fogo em pneus no meio da pista. Segundo a Polícia Rodoviária, o empresário estaria envolvido em uma manifestação de caminhoneiros. Além do empresário, havia outras duas pessoas, que fugiram quando a polícia chegou. No local, a PM encontrou um galão com meio litro de gasolina. Ele negou que tivesse ateado fogo nos pneus e que conhecia as outras duas pessoas que estariam na manifestação.
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